Covid-19

Temos segurança em nossa recomendação, diz Ministério da Saúde sobre cloroquina

Equipe da pasta defendeu recomendação da cloroquina e da hidroxicloroquina para pacientes do coronavírus e afirmou que estudo suspenso pela OMS não servia de referência para nenhum país no mundo

Por Marcelo da Fonseca
Publicado em 25 de maio de 2020 | 19:46
 
 
 
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A equipe do Ministério da Saúde reafirmou nesta segunda-feira (25) a confiança no protocolo que ampliou o uso dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina para pacientes do novo coronavírus. 

No mesmo dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou a paralisação de um estudo com o medicamento para revisar a segurança dos pacientes que usam a cloroquina, o Ministério afirmou que acompanha com atenção os estudos internacionais e mantém a liberação para que médicos tenham autonomia para prescrever o medicamento. 

“Estamos muito tranquilos em relação à nossa orientação do uso da cloroquina e hidroxicloroquina. Ela segue uma orientação do Conselho Federal de Saúde que dá autonomia para que os médicos possam prescrever essas medicações para os pacientes que assim desejarem. Estamos tranquilos, a despeito de qualquer instituição ou entidade internacional cancelar estudos com a medicação. Seguimos acompanhando todos os estudos no mundo e já temos um banco de informações com 216 protocolos de cloroquina sendo usados no mundo. Em países como Turquia, Estados Unidos e Índia”, afirmou Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 

Segundo a secretária, o estudo que foi suspenso pela OMS não servia como referência para o ministério da Saúde. “Não se trata de um ensaio clínico, é apenas um banco de dados coletados em vários países. Isso não entra no critério de um estudo metodológico aceitável para servir de referência para nenhum país do mundo”, disse Mayra. Ela ressaltou que, caso fique comprovada a ineficiência do medicamento, a pasta poderá recuar, mas, no momento, o governo tem segurança em suas recomendações. 

“Essa medicação, que hoje é quase motivo de uma guerra no país, já foi recomendada pelo ministério em 2016, para uma doença viral, a Zica. Inclusive com recomendação para seu uso na gestação”, afirmou Mayra Pinheiro.

Nesta quinta-feira, a deputada Sâmia Bonfim (PSOL) apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido para que o órgão anule o protocolo implementado na semana passada pelo Ministério da Saúde. A parlamentar citou as ponderações da OMS sobre a falta de comprovação da eficácia da cloroquina no tratamento do vírus. 

 

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