Ao reabrir suas fronteiras e economias após dois meses de restrições pelo coronavírus, países da União Europeia podem impedir a entrada de americanos porque seu governo não conseguiu controlar a doença em seu território, segundo o jornal americano "The New York Times". O jornal alega ter tido acesso a rascunhos de lista de viajantes aceitáveis que estão sendo discutidas nesse momento no bloco.
A medida colocaria, além dos americanos, visitantes russos e brasileiros como indesejáveis e, de acordo com o jornal, seria um duro golpe ao prestígio dos EUA, que têm mais de 2,3 milhões de casos e mais de 120 mil mortos, mais do que qualquer outro país.
Viajantes dos Estados Unidos e do restante do mundo foram impedidos de visitar a União Europeia - com poucas exceções principalmente para repatriações ou "viagens essenciais" - desde meados de março. Agora, uma decisão final sobre a reabertura das fronteiras é esperada no início da próxima semana, antes de sua efetivação, em 1º de julho.
A proibição aos americanos por Bruxelas reflete parcialmente a mudança de padrão da pandemia. Em março, quando a Europa foi o epicentro, Trump enfureceu os líderes europeus quando proibiu cidadãos da maioria dos países da União Europeia de viajarem para os EUA. Trump justificou a medida necessária para proteger o país, que na época tinha cerca de 1.100 casos de coronavírus e 38 mortes.
No fim de maio e início de junho, Trump disse que a Europa estava "progredindo" e sugeriu que algumas restrições seriam levantadas em breve, mas nada aconteceu desde então. Hoje, a Europa restringiu a pandemia em grande parte de seu território, enquanto os Estados Unidos, mais afetados, viram surgir mais e mais surtos de infecção.
A proibição de entrada a viajantes americanos na União Europeia teria implicações econômicas, culturais e geopolíticas significativas, como destaca o jornal. Milhões de turistas americanos visitam a Europa todo verão. As viagens de negócios são comuns, graças aos enormes laços econômicos entre os Estados Unidos e a União Europeia.