Coronavírus

Venda de ovos de Páscoa sofre com incertezas e ruas vazias durante pandemia

Estabelecimentos optaram por menos ovos e mais promoções de barras de chocolate para Páscoa deste ano. Estimativas de entidades é de queda de 30% nas vendas como reflexo do coronavírus.

Por Marcelo da Fonseca
Publicado em 12 de abril de 2020 | 18:58
 
 
 
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A pandemia do coronavírus atrapalhou ainda mais a venda de ovos de chocolate, que já vinham registrando queda nas últimas páscoas. Neste ano, os estabelecimentos colocaram menos ovos em suas lojas e vários não colocaram nenhum, optando por promoções de barras de chocolate para atrair clientes. 

 
"As lojas, com experiências dos anos passados e com a crise do coronavírus, não estocaram muitos ovos neste ano. Elas tinha noção que se tivesse muito estoque perderiam muito. Em tempos normais as vendas já estavam perdendo para as barras de chocolate. Com a pandemia, não valeria a pena o investimento", explica Feliciano Abreu, coordenador do site Mercado Mineiro e do aplicativo Com Oferta. 
 
O cenário comum de corredores inteiros montados em lojas e supermercado cheios de ovos de vários tamanhos, preços e sabores ficou mais difícil em 2020. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) não divulgou um balanço sobre as vendas na Páscoa deste ano, mas a expectativa era de uma queda de até 30% nas vendas do setor. 
 
Em farmácias da região metropolitana de Belo Horizonte, no lugar dos ovos foram anunciadas promoções com vários tipos de chocolate com descontos. "Este ano não vendemos ovos de páscoa porque não valeria a pena. As pessoas estão comprando mais os chocolates em barra e, quando escolhem comprar ovos, muitas vezes preferem encomendar ovos artesanais que acabam saindo o mesmo preço", diz o empresário Henrique Borges Lagares, da farmácia B3. 
 
O cenário negativo também foi estimado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que nas semanas antes do feriado calculou uma queda de mais de 30% nas vendas em relação ao ano passado. Segundo a entidade, a redução nas vendas em uma das datas mais importantes para o comércio brasileiro deve representar uma perda de cerca de R$ 730 milhões em todo o país. 
 
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, apontou a crise do coronavírus como principal motivo na queda das vendas. "Os efeitos da pandemia restringiram dramaticamente o fluxo de consumidores nas lojas. Há registro de quedas de 35% no comércio de rua e de 50% nos shopping centers ao longo do mês passado", afirmou. 
 
Nos últimos dias, vários supermercados fizeram promoções de ovos e em alguns casos o preço chegou a cair mais da metade. Na semana passada, o prefeito de BH Alexandre Kalil afirmou que não publicaria decreto autorizando a abertura de lojas de chocolates e esclareceu que os estabelecimentos não deveriam receber clientes em área interna, evitando aglomerações em lugares fechados. 
 
 

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