Em fevereiro do ano passado, R$ 40 eram suficientes para garantir o sacolão semanal da consultora Noadia Costa Cândido. “Agora, com R$ 80 eu não trago as mesmas coisas que eu comprava antes. De vez em quando, eu chego a gastar R$ 100, quando resolvo levar uma fruta especial”, conta.
“Outro dia eu vi o quilo do chuchu por R$ 5. Não comprei. E é assim que tenho feito, quando um produto está muito caro, eu tento substituir por outro. Outra estratégia que eu adotei é não comprar mais tudo em um mesmo lugar. Eu fico procurando os melhores preços e vou comprando aos poucos. Com os preços altos assim, não dá para ser fiel a um estabelecimento”, comenta.
“Eu costumava fazer uma única grande compra por mês. Já não é mais vantagem. Tenho preferido ir comprando aos poucos, pesquisando em mais de um supermercado. Também não compra sempre as mesmas coisas sempre. Essa semana foi a do iogurte. Semana que vem é a do suco”, diz.
“Temos um ano muito difícil, com bandeira vermelha encarecendo a conta de energia e aumento de combustíveis. As pessoas vão comprar menos, a indústria vai produzir menos, aí vai gerar menos emprego e renda. Estamos em uma armadilha e vai demorar uns dois anos para passar. O jeito é apertar o cinto”, destaca a professora de economia da faculdade IBS da Fundação Getúlio Vargas, Nora Zygielszyper.