A comida e a TV sempre foram próximas. Dicas culinárias eram voltadas às donas de casa. Daí surgiram as “Donas Bentas”, como Ofélia, Palmirinha e até a atriz Etty Frazer. Os tempos mudaram, mas a gastronomia ainda rende ótimos frutos. Com formatos que não rotulam o público, os programas ficaram mais elaborados e sofisticados. Com isso, nomes como Anthony Bourdain, Gordon Ramsay e Jamie Oliver ganharam o mundo. Aqui no Brasil, Rita Lobo e Bela Gil são verdadeiras gurus, enquanto os jurados do “Masterchef” ganharam status de celebridade.
“Masterchef” volta ao ar neste domingo (24), às 20h, e celebra sua décima edição revisitando desafios já propostos ao longo destes cinco anos no ar. O maior desafio, no entanto, será a guerra da audiência do domingo. “Movimento gera movimento”, fala Ana Paula Padrão, apresentadora do “Masterchef”. “O domingo é um dia especial na TV aberta do Brasil, mas acho que a gente tem maturidade, musculatura, tempo e plateia para tentar. Dá medo? Dá, mas temos de fazer as coisas acontecer”, diz.
Com o sucesso do “Masterchef”, os chefs renomados se aproximaram do público e perceberam que a gastronomia tem um espaço de respeito na TV. Quando o chef Gordon Ramsay lançou o “Hell’s Kitchen”, com grosserias, mas muito carisma, as emissoras aqui rondaram chefs badalados para uma versão nacional. Porém, só muito tempo depois, em 2014, Carlos Bertolazzi topou encarar o desafio no SBT. “Armar um reality renovou os formatos dos programas (de gastronomia) e atraiu mais público”, fala Bertolazzi, que está em “Fábrica de Casamentos” (SBT).
“Masterchef” entrou em cartaz no mesmo ano, pouco antes de “Hell’s Kitchen: Cozinha Sob Pressão”. Diferentemente da atração do SBT, o reality da Band exigia menos performance dos chefs, deixando a apresentação com Ana Paula Padrão. O “Masterchef” soube aproveitar bem as características de cada chef, que hoje assumiram outros projetos na telinha.
“Eu me emocionei quando abracei mesmo esse programa e parei de me criticar por ser uma chef renomada que trabalha na TV”, conta Paola Carosella, jurada do “Masterchef”. “Parei de achar que isso me tirava do percurso da alta gastronomia”, avalia. Henrique Fogaça concorda e destaca o alcance do programa. “É emocionante ver essa inspiração que a gente traz para as pessoas e a emoção delas em estar no programa. Ele muda a vida das pessoas e atinge muita gente”, diz Fogaça. “Acho que a gente mudou a história da gastronomia no Brasil”, fala Erick Jacquin. “Isso porque a história gastronômica de um país se dá com as donas e os donos de casa”, conta o chef.
De fã a apresentador
O chef Felipe Bronze, que apresenta “Perto do Fogo” (GNT), está no comando de “Top Chef”, competição que a RecordTV estreia no dia 3 de abril. Bronze já era fã de “Top Chef”, em sua versão americana, desde quando era estudante de gastronomia. A atração foi ao ar no Brasil pelo canal Sony. “Nunca imaginei que iria parar aqui”, fala o chef, completando: “Estou encantado, pois o programa está incrível. Só tem grandes profissionais”.
Em “Top Chef”, os competidores são cozinheiros profissionais e ficam confinados juntos, o que gera muitos dramas. E todos são mostrados no reality que foca a disputa perto e longe do fogão.
Para Bronze, esse fascínio pelo tema é consequência de uma mudança de comportamento. “A gastronomia foi parar na TV porque as pessoas estão interessadas em cozinhar”, defende o chef. “Acho isso maravilhoso porque o público vai abrindo o repertório do que come. Sem falar que existe um grande voyeurismo em ver comidas maravilhosas na televisão”, brinca Bronze, que adora as atrações do gênero. “Adoro os programas do Claude (Troisgros), da Rita Lobo, do Jamie Oliver, que é o mega chef da TV, o maior de todos da cozinha do dia a dia”.
No ar
‘Masterchef’
Estreia domingo (24), às 20h, na Band.
‘Top Chef’
Estreia no dia 3 de abril, às 22h30, na RecordTV.