Em seu atual momento, Paulo Azevedo desmente o dito popular de que em time que está ganhando não se mexe. Depois de dois espetáculos junto com o Espanca!, muito bem-sucedidos na opinião do público e da crítica, o ator decidiu mudar-se para São Paulo, cidade em que há bastante tempo desejava morar. A primeira coisa é que essa visão externa ao processo criativo de um grupo sempre me provocou questões que se tornaram maiores ao longo do tempo, por exemplo, o conceito de sucesso, de time campeão, o que me fez considerar uma série de coisas: é campeão em todos os sentidos? Temos as condições de trabalhar da forma como eu penso ser necessária como artista? Meus desejos pessoais estão sendo deixados em nome de um coletivo? Tudo isso me motivou a seguir novos rumos, explica. A distância, porém, não significa o fim da parceria com o Espanca!. Anterior ao grupo, existia uma série de coisas a que eu me dedicava, parcerias que eu buscava e que vieram para o Espanca!, assim como todos os outros atores trouxeram. Esse coletivo continua. São sete meses que estou no banco de reservas esperando as apresentações de Por Elise e Amores Surdos, mas todas as relações estabelecidas a partir daí foram ricas e é com elas que estou seguindo, como os artistas do Grupo XIX de Teatro, da Cia. Brasileira, a própria Dudude (Herrmann) e a Izabel (Stewart). O ator afirma que esse desejo de sair do cerco das montanhas é antigo e muito dele se deve à estrutura que a capital paulista lhe oferece.
Quem me conhece sabe que desde 2001 eu venho criando esse laço com a cidade. Sempre quis buscar essa estrutura que me desse a possibilidade de me aprofundar e viver do ofício de ator. O fato de eu incentivar no Espanca!, de alguma forma, a coisa de sair das montanhas, estrear em Curitiba, fazer a maior parte das apresentações ao redor do país, foi alimentando ainda mais essa ideia. Quero ter a possibilidade de uma estrutura como do CCBB, do Sesi, do Sesc, que têm quase a mesma verba que de uma secretaria de cultura. Isso me impressiona. Nós, no Espanca!, nunca tivemos patrocínio fixo, isso me assustou muito, inclusive, pela repercussão do trabalho. Paulo Azevedo se diz muito feliz de poder, com o tempo mais livre, ver os DVDs que comprou há tempos e os livros que foi acumulando na prateleira. E, mais que isso, poder se dedicar ao seu projeto artístico. Teatro não é produto, é uma experiência. Ele não tem o compromisso de agradar, mas de despertar algo em quem vê. E isso demanda um esforço humano de entendimento da vida que é de uma dimensão que por si só justifica sua realização. Não faria sentido deixar de viver essa experiência por dinheiro ou reconhecimento.
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