O cineasta inglês Charles Chaplin (1889-1977) cravou seu nome na história da sétima arte. Ícone do cinema mudo e notabilizado por suas mímicas e comédias do gênero pastelão, ele tornou-se referência mundial e é relembrado ainda hoje, seja no cinema ou no teatro. A vida do artista é tema de “Chaplin, o Musical”, que fica em cartaz desta sexta (19) a domingo (21) no teatro Sesiminas, em Belo Horizonte. Adaptação da Broadway, a versão brasileira é assinada por Miguel Falabella e tem Claudia Raia e Sandro Chaim como produtores.
O espetáculo chega à capital mineira após temporadas de sucesso em São Paulo e no Rio de Janeiro, aclamado pelo público e pela crítica. “Chaplin” ganhou na categoria melhor musical no Prêmio Cenym e também o Prêmio Bibi Ferreira de melhor cenografia – na mesma premiação, foi indicado nas categorias de melhor musical, melhor ator, melhor atriz coadjuvante, melhor direção, melhor figurino, melhor versão e melhor musical por voto popular. “Fico muito feliz de perceber o público abraçando nosso projeto assim. A procura para assistir ao espetáculo está sendo tanta que abrimos uma sessão extra em Belo Horizonte, que será no sábado”, adianta o ator Jarbas Homem de Mello, que interpreta o personagem-título na produção brasileira.
O musical apresenta a trajetória do cineasta inglês desde a infância pobre, em Londres, até o estrelato. “Esse é um grande desafio, porque cada fase tem um detalhe, tem uma especificidade. O Chaplin da adolescência não é o mesmo da vida adulta. São muitas nuances vocais e corporais específicas para cada fase”, conta Mello, que interpreta o personagem dos 13 aos 82 anos.
A história traz importantes figuras da vida de Chaplin, como seu irmão mais velho, Sidney (Juan Alba), com quem tinha uma relação de cumplicidade; a mãe, Hannah (Naíma), talentosa cantora de teatro; Oona O’Neil (Myra Ruiz), sua quarta e última mulher; e a colunista e crítica ferrenha Hedda Hopper (Helga Nemeczyk).
Mergulho. Jarbas Homem de Mello conta que desde criança sempre foi fascinado por Carlitos – personagem mais emblemático do cineasta – nos filmes que passavam na televisão naquela época. Mas foi só depois de se envolver com o papel que ele conheceu o homem por trás de uma imagem tão popular. Após estudá-lo, ler todas as biografias, assistir a todos os seus 85 filmes – entre curtas, médias e longas –, Mello descobriu quem realmente foi Charles Chaplin. “Aí foi uma surpresa atrás da outra, porque eu não conhecia absolutamente nada da vida dele, da infância difícil, dos pais, que também eram artistas. Sua mãe, principalmente, teve muita influência sobre a carreira e a vida dele inteiras”, reflete o ator, que também fez aulas de circo, de patinação e de violino para poder dar vida ao personagem.
Questionado sobre as possíveis reflexões que “Chaplin, o Musical” poderia suscitar para nosso contexto contemporâneo, o ator afirma: “Ele (Chaplin) usava o humor para satirizar e ironizar, por exemplo, a Revolução Industrial, como no filme ‘Tempos Modernos’, e o nazismo, em ‘O Grande Ditador’. Para mim, essa crítica é atemporal e, até hoje, assistimos aos filmes e conseguimos trazer reflexões contemporâneas. Ele foi um gênio e criou obras que nos emocionam e nos instigam até hoje”, diz.
Curiosidades do espetáculo
Estreia. “Chaplin, o Musical”, foi apresentado pela primeira vez no Brasil em 2015. Porém, três meses após estrear, teve que sair de cartaz por causa da crise econômica no país. O retorno aconteceu neste ano. “O texto continua o mesmo”, garante Jarbas Homem de Mello.
Parceria. Mello é casado com a atriz Claudia Raia, uma das produtoras do musical. Apesar de não contracenarem no espetáculo, o ator comemora a parceria com a mulher: “Ela é uma inspiração”.
Peça é uma grande produção
“Chaplin, o Musical”, foi escrito por Christopher Curtis e Thomas Meehan originalmente para a Broadway, famosa por grandes espetáculos e por seu glamour. A versão brasileira, entretanto, é um pouco diferente da que foi montada nos Estados Unidos. “A mudança aconteceu depois de falarmos com Curtis que algumas coisas não funcionariam em uma montagem brasileira. Ele concordou e fez cinco músicas só para a nossa versão”, explica Jarbas Homem de Mello, acrescentando que o autor também modificou a estrutura do texto e tirou algumas cenas do espetáculo. “A nossa versão, aliás, foi adaptada na Bélgica. Isso é muito gratificante. É um reconhecimento para nós”, comemora o ator. Ele também não poupa elogios a Miguel Falabella, que assina o texto do espetáculo em português: “Ele é um grande escritor, poeta, cancionista e conseguiu fazer isso de uma maneira magnífica”.
Aqui, no Brasil, o musical segue com o status de superprodução, com 23 atores, 65 pessoas empregadas, 120 figurinos, 32 perucas e 20 bigodes – estes, só para Chaplin. Além das canções originais adaptadas, o espetáculo ainda conta com projeções de trechos dos principais filmes dirigidos e encenados por Chaplin. “O público das cidades da turnê está assistindo exatamente ao mesmo espetáculo que apresentamos em São Paulo (na estreia). Não tem diferença”, ressalta Mello. Depois de BH, o musical segue para Porto Alegre, onde encerra a turnê, e retorna a São Paulo, em novembro, para uma temporada popular.
Agenda
O quê. “Chaplin, o Musical”
Quando. Nesta sexta-feira (19), às 21h; sábado (20), às 17h e às 21h; e domingo (21), às 18h
Onde. Teatro Sesiminas (r. Padre Marinho, 60, Santa Efigênia)
Quanto. A partir de R$ 50 (inteira)
-
Luana Piovani reage à decisão que veta esposa de Neymar de depôr em processo
-
Equipe de Lulu Santos quebra silêncio sobre cantor no The Voice do SBT
-
Após rifar violão, mãe de Marília Mendonça compra novamente o instrumento
-
Zé Felipe demite amiga de Virginia Fonseca e motivo vai te surpre
-
'O Diabo Veste Prada 2' está em produção; saiba quem retorna