Mensagem

Alô Abacaxi coloca o bloco na rua e exalta resistência no Carnaval de BH

Bloco, que na sexta-feria havia cancelado cortejo, ocupou a praça Sete neste domingo (23)

Por Isabelly Morais e Franco Malheiro
Publicado em 23 de fevereiro de 2020 | 13:41
 
 
 
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Carnaval é resistência. Essa foi uma das mensagens deixadas pelo Alô Abacaxi, que levou uma multidão ao centro de Belo Horizonte neste domingo (23). Muitos foliões e integrantes de outros blocos destacaram o contexto da folia de 2020 na capital mineira, que enfrentou na última semana o imbróglio envolvendo a proibição de alguns carros de som de saírem pelas ruas. 

"Eu sei da dificuldade de botar um bloco na rua. Estar na rua neste ano é resistência. Carnaval não é só festa, ele também é político", apontou Bárbara Batitucci, do bloco Lavô, Tá Novo, que sai na próxima terça-feira (25), às 13h,  no bairro Floresta.

Na última semana, o Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) vetou carros de som que não apresentaram documentação necessária para estar nas ruas. A Polícia Militar, inclusive, chegou a apurar alguns veículos. Por outro lado, muitos blocos informaram que os carros estavam regulares e vistoriados, e que a exigência era meramente burocrática. 

"Vejo o carnaval como resistência. Ele carrega um lado simbólico muito forte, porque vem com grito de resistência a opressões. É uma sabotagem do governo ao movimento popular. Isso aqui é uma movimento cultural da cidade", avaliou Marcelo Augusto, folião de apoio do Alô, Abacaxi.

Música

O grande sucesso "Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua" , do cantor capixaba Sérgio Sampaio, vem sendo usado como um hino por alguns blocos que desfilam por Belo Horizonte no carnaval de 2020. 

Como um protesto ao veto de alguns carros de som por parte do Governo, a canção é entoada pelos foliões toda vez que toca. 

Neste domingo (23), a música não ficou de fora do repertório do bloco Alô Abacaxi, que chegou a ter o desfile cancelado.         

A música ficou guardada para os momentos finais do cortejo. Uma explosão de cores e vozes tomou conta da avenida Amazonas, entre a praça Sete e a  praça da Estação.

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