'Monumento à voz'

BBB 22: Linn da Quebrada entra na casa com camiseta da escrava mineira Anastácia

Personagem histórica é considerada um símbolo de resistência e é cultuada como heroína e até santa

Por O TEMPO
Publicado em 20 de janeiro de 2022 | 14:38
 
 
 
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A entrada de Linn da Quebrada no BBB 22, assim como a de Arthur Aguiar e Jade Picon, foi transmitida ao vivo na tarde desta quinta-feira (21), e já causou sensação dentro e fora da casa.

Aliás, a cantora deu o seu recado de uma maneira bem interessante ao entrar no reality vestindo uma camisa estampada com o rosto de uma figura histórica importantíssima da história do Brasil, porém, infelizmente pouco conhecida e divulgada.

“Anastácia Livre é uma viagem no tempo. É voltar ao passado e libertar essa mulher negra escravizada que veio do Congo no século XVIII e foi condenada à mordaça pelo resto da vida por lutar contra um homem branco que a violentou sexualmente", postou a artista nas suas redes sociais mostrando o look que marcaria o seu ingresso no reality da Globo. 

 

Segundo informações do portal do CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades), Anastácia - que teria nascido em Pompéu, Centro-Oeste de Minas, em 1740, é cultuada no Brasil como santa (por fazer milagres) e heroína, considerada uma das mais importantes figuras femininas da história negra. "A vida da escrava  é um misto de luta, bravura, resistência, doçura e fé. Nas versões orais ou escritas, os registros falam sobre uma bela mulher que não cedeu aos apelos sexuais de seu senhor e, por isso, foi estuprada e amordaçada. A luta de Anastácia transformou-se em exemplo e até hoje sua força inspira milhares de devotos", diz o texto do site. 

Ainda segundo informações do CEERT, ela era muito cobiçada por sua beleza e tinha, inclusive, olhos azuis, por ser filha de uma mulher negra com um senhor branco. No entanto, ao mesmo tempo em que cultivava o desejo, seu comportamento despertava a ira de seus senhores e também de suas mulheres, que não se conformavam com a beleza da escrava.

"Anastácia foi sentenciada a usar uma máscara de ferro por toda a vida, (imagem que se popularizou ao longo do tempo) que só era retirada na hora de se alimentar. Suportou por anos a violência dos espancamentos, que só terminariam em sua morte. Sua resistência diante da dor e dos maus tratos sofridos acabou por incentivar outros negros escravizados", finaliza o texto do site.

Na camisa de Linn da Quebrada, Anastácia não usa a máscara e está escrito: "Anastácia Livre"

"Em Monumento à voz de Anastácia, trabalho que exponho hoje, ergo um monumento à voz dela. Uma voz negra, feminina, de luta pela existência”, avisa a mais nova participante do BBB.

 

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