Às 17h30

Canal Brasil homenageia atriz Jane Di Castro

Emissora exibe o longa 'Divinas Divas' que tem direção de Leandra Leal e retrata a história da primeira geração de artistas travestis do país

Por Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2020 | 15:35
 
 
normal

Na última sexta (23), o Brasil perdeu uma atriz que lutou contra censura e fez parte da  primeira geração de artistas travestis do país: Jane Di Castro. Ícone da cultura drag no Brasil, ela lutava contra um câncer e acabou não resistindo. Jane tinha 73 anos.
 
Netsa terça, o canal Brasil vai prestar uma homenagem a Jane di Castro e vai exibir às 17h30 o longa “Divinas Divas” (2016), coprodução do canal assinada por Leandra Leal que traz a história da primeira geração de artistas travestis do país: Rogéria, Divina Valéria, Camille K, Fujika de Halliday, Eloína dos Leopardos, Marquesa e Brigitte de Búzios, além da própria Jane. A atriz e cantora foi uma das pioneiras na luta pela representatividade trans.
 
Caso perca a exibição na TV, o assinante poderá alugar o filme nas plataformas NOW (NET/Claro) e Vivo Play.
 
Trajetória
Jane, cujo nome de batismo era Luiz de Castro, estava lutando contra um câncer e, segundo o blog de Ancelmo Gois, do jornal " O Globo", ela estava internada no Hospital de Ipanema, na Zona Sul do Rio.
 
A atriz está no ar na reprise de "A Força do Querer", na GLobo. Na trama de Gloria Perez, ela contracena com Elis Miranda/Nonato, personagens trans de Silvero Pereira.
 
Nascida e criada em Osvaldo Cruz, Zona Norte carioca, Jane enfrentou desde nova o preconceito por ser travesti. Nos anos 1960, trabalhou como cabeleireira em Copacabana, até que 1966 estreou, no Teatro Dulcina,  o primeiro espetáculo com homens vestidos de mulheres autorizado pela censura, em 1966, o "Les girls em Op Art". Contudo, durante a ditadura, Jane foi perseguida por realizar shows no Teatro Rival e na Praça Tiradentes.
 
De acordo com informações do jornal O Globo, o nome artístico foi sugerido por Bibi Ferreira, um dos ícones das artes cênicas que a dirigiu, como fizeram, mais tarde, Ney Latorraca e Miguel Falabella. Em 2001, abriu seu próprio salão em Copacabana, sem jamais deixar a carreira artística de lado.
 
Jane manteve uma união estável por mais de 50 anos com Otávio Bonfim, que morreu em 2018. O casamento foi oficializado em 2014, depois de 47 anos vivendo juntos, em uma cerimônia coletivo que reuniu 160 casais LGBT.
 
Apesar de doente, Jane continuava na ativa e vira e mexe postava vídeos e fotos em seu Instagram recordando seus trabalhos e ansiando por dias melhores para ela e para o mundo.
 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!