O tempo apreendido por meio da metáfora da passagem é um dos motes do livro “Quando Fronteira”, da escritora mineira Cândida Almeida, que lança o título na Casa Relicário neste sábado (26). Embora este seja seu primeiro trabalho impresso no segmento da poesia, a autora tem outras publicações no campo da semiótica, na qual também atua como professora em São Paulo, além de outros escritos nas áreas da comunicação e do design.
O novo volume reúne textos que ela vem produzindo desde os anos 2000. Alguns deles já haviam sido publicados no blog “Pipocos”. “Esse se tornou um lugar de memória. Há alguns anos, experimento fazer alguns trabalhos com novas tecnologias, porque os cadernos não eram suficientes e o HD do computador não era confiável. Uma vez, eu perdi muitos textos, então passei a usar a plataforma online como um repositório, o que foi amadurecendo. À medida que eu comecei a estudar mais semiótica, a minha poesia também se tornou mais experimental”, diz a poeta.
“Quando Fronteira” abarca, assim, a produção escrita de Cândida, mas também aproxima esta dos seus estudos e criações com a imagem. A noção de ritmo, tão cara a abordagem do tempo, foi outro aspecto priorizado por ela. “Cada virar de página toma um sentido e um propósito dentro do livro. Eu busquei traduzir nessas viradas a ideia de movimento”, afirma Cândida. “Nós estamos todos na passagem do tempo. E o importante é percebemos a vida passar. Se notamos isso, significa que nós realmente vivemos”, filosofa a escritora.
Agenda
O quê. Cândida Almeida lança “Quando Fronteira” (ed. Patuá).
Quando. Sábado (26), às 15h.
Onde. Casa Relicário (rua Machado, 155, Floresta).
Quanto. Entrada gratuita.