As músicas de Lulu Santos são a trilha sonora que embala o intenso dia a dia de audições, ensaios e tensões de pré-estreias de atores e atrizes que buscam um lugar ao sol. Tão longe do glamour e tão perto da realidade, essa é a trama que envolve “Meu Destino É Ser Star”, musical que será apresentado amanhã, às 21h, e sábado, em duas sessões, às 17h e às 21h, no Sesc Palladium.
Lançar mão de um artifício extremamente pop, como as canções de Lulu Santos, foi proposital para criar uma ponte entre o público e o palco, objetivo que o diretor Renato Rocha sempre teve em mente quando começou a pensar o projeto. “Queria que as pessoas tivessem uma relação afetiva com a música, e achei que o Lulu seria perfeito para nos proporcionar isso. Ele tem esse poder, a obra dele atravessa gerações”, conta.
“Meu Destino É Ser Star” gira em torno de histórias de amor que acontecem nos bastidores da criação de um espetáculo. Desde a audição, passando pelos ensaios até a estreia, os personagens se envolvem nessa trama que mistura realidade e ficção. É uma peça dentro da peça, metalinguagem utilizada ao som das canções de um dos maiores fazedores de sucessos do país.
De fato, foram os sucessos de Lulu Santos que definiram a construção do musical. “Fiquei seis meses estudando a obra do Lulu para ver aonde ela nos levava e como juntar essas peças. A própria história da peça foi se revelando nesse processo”, diz o diretor. “Pelo que acompanhamos, as músicas do Lulu basicamente nortearam a construção do texto”, pontua Gabriel Falcão, um dos protagonistas do espetáculo. “O público canta com a gente, é muito emocionante”, completa o ator.
O título da peça pega emprestado um verso da canção “De repente, Califórnia”. No entanto, o que o diretor busca expressar não é a fama pela fama, vazia de virtudes. “Não é o ‘star’, mas a realização pessoal de um sonho, ainda mais nesse momento de desmonte cultural. Essa peça busca ressignificar o papel do artista na sociedade e o que eles passam no dia a dia, as dúvidas, o medo do fracasso”, afirma Renato Rocha.
Além de Gabriel Falcão, estão em cena Victor Maia, Jéssica Ellen, Leonardo Senna, Myra Ruiz, Helga Nemetik, Carol Botelho, Mateus Ribeiro, Marina Palha e Ana Elisa Schumacher. Todos eles cantam e dançam. No palco, o elenco é acompanhado por banda que reinterpreta 44 canções de Lulu Santos, mas sem muitas mudanças radicais. “Uma música que sempre emociona o público é ‘Assim Caminha a Humanidade’, comenta Falcão.
A direção musical fica por conta de Zé Ricardo, e Victor Maia comanda a direção de movimentos e coreografias.
Experimental. Nessa mistura entre o real e o que é criação artística, uma proposta inédita será posta em prática no palco nos dois dias de apresentação da peça. Em uma das cenas do espetáculo, chamada “A audição”, pessoas previamente selecionadas e que nunca participaram de um musical vão subir ao palco para um teste ao vivo. Os escolhidos poderão fazer parte dos próximos musicais da Aventura, produtora de “Meu Destino É Ser Star”.