Francisgleydisson luta para manter viva a arte do cinema em Pitombas, cidade fictícia no interior do Ceará, depois que um aparelho de TV chega ao local. Essa é a narrativa que permeia “Cine Holliúdy”, série da Globo que volta ao ar nesta terça-feira (7), depois da novela “Fina Estampa”. Com poesia e humor regional, a produção, que estreou em 2019, conta a história do cinemista interpretado pelo ator Edmilson Filho, dono da única sala de cinema da região. Quando a TV cai no gosto popular, ele vê seu faturamento cair.

"Francis é um personagem que me acompanha desde 2004. É dedicado, sonhador, muito brasileiro. Tenho a sorte de fazê-lo na TV e no cinema também. Saber do retorno da série à TV foi uma surpresa e me deu uma felicidade muito grande. Fiquei muito satisfeito por ver que é uma produção que está retornando por sua qualidade", afirma o ator Edmilson Filho. Os dez episódios da série serão exibidos sempre às terças-feiras.

Enquanto se esforça para tornar seu cinema mais atrativo, Francis se apaixona por Marylin, personagem de Letícia Colin, que chega de São Paulo a contragosto. Ela é filha de Maria do Socorro (Heloisa Perissé) e enteada do prefeito de Olegário, interpretado por Matheus Nachtergaele. Segundo Colin, é um orgulho poder rever “Cine Holliúdy” na TV: “Aprendi demais nessa série que tanto tem a nos ensinar. A Marylin é uma personagem salva pela arte, pelo cinema, ela descobre que pode se desenvolver nesse ofício que é atuar. E a gente vê nessa história a força resistente do cinema, que é muito atual".

Heloisa Perissé lembra com carinho de sua atuação na série. "Sou apaixonada por 'Cine Holliúdy'. A Maria do Socorro foi uma personagem muito importante na minha carreira. A série realmente tem um lugar muito especial no meu coração", ressalta a atriz. Para Matheus Nachtergaele, a série é uma oportunidade “para o Brasil fazer as pazes consigo mesmo”. “Ela vai ser um grande alívio, vai animar as nossas vidas e nos fazer sorrir", ele diz.

Gravada em 2017 na cidade de Areias, no interior de São Paulo, 'Cine Holliúdy', que chegou ao cinema cinco anos antes, se passa em um Ceará da década de 70. Com dez episódios, a série, que foi ao ar em 2019, faz uma homenagem à sétima arte e conta com participações especiais de Ney Latorraca, Chico Diaz, Ingrid Guimarães, Miguel Falabella, Rafael Infante, Falcão, Bruno Garcia, entre outros. ‘Cine Holliúdy’ é uma série de Marcio Wilson e Claudio Paiva, baseada no longa-metragem homônimo escrito e dirigido por Halder Golmes.

Entrevista

Edmilson Filho fala sobre o personagem Francisgleydisson e como tem passado a quarentena

Qual é a importância do Francisgleydisson na sua carreira? 

O Francis foi o personagem que fez a minha carreira acontecer. Foi através do carisma dele que vieram outras oportunidades e consegui mostrar outra faces do meu trabalho com outros produtos e outros personagens. Mas o Francisgleydisson, com certeza, é o personagem mais importante da minha carreira até agora.

Você acredita que a poesia e o humor, tão presentes em “Cine Holliúdy”, podem ser um respiro em dias tão difíceis?

A poesia, o humor, essa coisa colorida, nordestina e brasileira, isso está voltando justamente por conta desse momento difícil que estamos vivendo. Trazer novamente uma série que se passa nos anos 70 faz você entrar em uma nostalgia, um mundo lúdico de fantasia, com os personagens e seus sonhos. Acho que as pessoas vão receber muito bem a volta dessa produção que tem essa mensagem sobre acreditar nos sonhos.

Quando a série foi lançada, você comentou que via nos brasileiros um pouco do Francis: essa postura de correr atrás dos sonhos, de não desistir. Como você avalia que as pessoas estão se adaptando ao 'novo normal'? 

Ninguém sabe ainda como será o novo normal. Acho que isso tudo vai passar e as pessoas que conseguirem tirar uma lição disso vão melhorar. Tenho tentado ajudar as pessoas mais próximas. Acho que as pessoas vão se unir mais, vão tentar ser menos egoístas. E isso pode ter um saldo positivo no final das contas. 

Como está sendo a sua quarentena na Califórnia?

Dentro de casa, não saio para nada. Estou com vários projetos para acontecerem depois que tudo passar. Aqui, temos bem menos casos em relação a outras regiões, e as pessoas têm muita consciência. Quando é necessário, todos saem com máscara e respeitam o distanciamento social. Só saímos para caminhar no parque próximo, ter contato com a natureza e respirar um pouco de ar puro. Fora isso, é em casa.

O que você planeja fazer logo que acabar a quarentena, quando todos puderem sair de forma segura?

Vários projetos. Três filmes nos quais participo aguardam lançamento. Estou com a agenda bem cheia para quando tudo isso passar.