Por ora, a expectativa de que o evento físico ainda aconteça neste 2020 está ativada - tanto que a nova data de início ficou mantida para o dia 18 de setembro, com o mesmo tema: "Conquiste Paixões. Leia Livros”. Mesmo assim, dada a bem sucedida experiência da primeira investida online (a edição piloto foi realizada de 20 a 30 de abril), começa nesta sexta-feira a segunda edição da Bienal Mineira do Livro na Sua Casa. Na verdade, a ideia, agora, é que, ao menos até dezembro essa iniciativa digital tenha outras edições - quiçá seja permanente. Nesta atual, até o próximo dia 31, o público que acessar o evento pelo Instagram vai se deparar com uma série de ações, como lives (todo dia, às 19h),  entrevistas com autores, enquetes, dicas de leitura, podcasts e muitos, muitos sorteios. Homenageado da iniciativa, Olavo Romano, por exemplo, vai interagir com o público com muitos causos. 
 
Colocando em repasse tudo o que aconteceu desde o advento da pandemia, Marcus Ferreira, diretor geral da Bienal, lembra que o festival literário aconteceria justamente agora, no final de maio. No entanto, veio a recomendação do isolamento social e, com ele, a necessidade de alterar a data - no caso, para o já citado mês de setembro. "Mas aí a gente avaliou que precisávamos dar um resposta (ao público e editoras, livrarias e distribuidoras participantes), mesmo porque, até ali, já eram quase 50 expositores inscritos. Na verdade, a Bienal já estava 80% pronta", lembra. 
 
Daí a iniciativa da versão virtual. "Após uma reflexão, resolvemos, mais recentemente, transformar essa reação em uma ação permanente. Inclusive, em setembro, se a edição física for autorizada, pretendemos fazer as duas versões simultaneamente", relata ele, esperançoso. Outra novidade foi a parceria firmada com o programa Eu Faço Cultura, tocado desde 2006 pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal - Fenae, junto às 27 Associações do Pessoal da Caixa - Apcefs, com o objetivo de estabelecer uma conexão entre quem produz cultura e quem gostaria de consumir mas, por razões econômicosociais, não tem fácil acesso a ela. A mola mestre é incentivar funcionários da Caixa Econômica a destinarem parte do seu imposto de renda para o programa.
 
"Esse programa atua muito na compra de ingressos para shows, cinema, teatro e livros. Não tendo como, agora, investir nos três primeiros, eles viram na Bienal uma oportunidade (de continuar promovendo a cultura). Daí, desenvolvemos uma plataforma que disponibiliza cupons para pessoas que se encaixam em cinco perfis definidos. Elas vão até a plataforma (www.eufacocultura), resgatam o cupom e, com o código em mãos, acessam o site da Bienal  (www.bienalmineiradolivro.com.br), clicando na opção “Bienal na Sua Casa/Resgate de Livros”. Lá, onde escolhem o título, que depois será entregue em casa. Com essa iniciativa, a gente conseguiu fechar um ciclo que iria ser realizado no evento presencial", exalta Marcus. 
São os seguintes, os cinco perfis citados por ele: escolas públicas, microempreendedores individuais (MEI), instituições beneficentes, beneficiários dos programas sociais do governo (como o bolsa família), pessoas com deficiência e idosos
 
Nesta etapa, serão quatro mil livros doados. "Mas com a ideia dos outros ciclos no curso desse ano, esse número, claro, vai se multiplicando. Pretendemos fazer ao menos mais cinco parcerias com o Eu Faço Cultura este ano, ou seja, seriam 20 mil livros. É uma ação que beneficia a sociedade em geral, autores e editoras. Diante de um momento de crise, a Bienal consegue, assim, criar um canal alternativo. Aliás, estamos conversando com outras empresas (para iniciativas similares)". diz ele. 
Marcus salienta a potência da dinâmica do evento presencial, "sobretudo em uma sociedade tátil como a nossa". Mas vaticina que, a médio prazo, a iniciativa virtual poderá er um alcance até maior que a presencial. "De toda maneira, o evento ganha um outro ambiente no qual suas ações podem ter permanência. O desafio não é pequeno. Neste momento, temos editoras que estão sem operar, algumas deram férias coletivas a seus funiconários. Esse convite não é simples. Mas, por outro lado, é uma luz, e é disso o que estamos precisando neste momento", conclui. 
 
A programação pode ser acompanhada nas redes sociais do evento, a saber: