Considerada uma das mais importantes poetisas do século XX a escrever em língua inglesa, a escritora americana Elizabeth Bishop não será mais a homenageda da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) deste ano. A informação foi noticiada na tarde desta sexta (14) pelo jornal "O Globo", que publicou uma nota do diretor artístico do evento, Mauro Munhoz.
"Com a saída da curadora convidada (Fernanda Diamant), a homenagem a Elizabeth Bishop, parte do Programa Principal da Flip, é encerrada com o Ciclo da Autora Homenageada, realizado em parceria com o Sesc", disse Munhoz.
A homenagem, portanto, termina ao mesmo tempo que a curadoria da jornalista Fernanda Diamant. Ela alegou que a Flip precisa “uma curadora negra para reinventá-la nesse mundo pós-pandemia”.
Desde que o nome de Bishop foi anunciado em novembro do ano passado como a homenageada da Festa, houve polêmica, já que seria a primeira vez que um nome estrangeiro seria celebrado pelo evento literário.
A escolha de uma autora não brasileira, poeta e pouco afeita a questões políticas contrasta com o homenageado da edição de 2019, Euclides da Cunha. A obra do autor de “Os Sertões” trouxe carga política à festa.
Bishop viveu 20 anos no país, de 1951 a 1971, com temporadas no Rio de Janeiro, em Petrópolis, na serra fluminense, e, inclusive, em Ouro Preto. Ela também manteve um relacionamento com a arquiteta Lota Macedo Soares, responsável por criar o parque no aterro do Flamengo, no Rio. Nascida em 1911 e falecida em 1979, ela teve quase toda a vida dedicada à poesia, mas publicou só cerca de cem poemas.
Programada para ocorrer de 29 de julho e 2 de agosto, a Flip foi adiada para novembro, à revelia de Fernanda Diamant, de acordo com ela. Nesta semana, foi aberto, no ambiente virtual do Sesc, um ciclo sobre a obra de Elizabeth Bishop. No entanto, essa programação será encerrada no dia 21.
Ainda não há uma data confirmada para a edição da Flip 2020 e nem se ela será no formato virtual.
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