Cinema, música, literatura, além de artes cênicas e visuais. Pois é com esta rica programação artística que a 11ª edição do Artes Vertentes – Festival Internacional de Artes de Tiradentes, desembarca a partir desta quinta (17), em vários espaços culturais da tricentenária e histórica cidade mineira.
Com o mote “(In)Dependências”, o evento busca propor uma profunda contemplação sobre os vários conceitos de autonomia e liberdade que existem no Brasil desde sua emancipação de Portugal, há exatos 200 anos.
"Essa efeméride que existe em 2022 em cima da proclamação da Independência serviu como um disparo para uma reflexão sobre quais independências realmente aconteceram – e para quem – ao longo dos séculos, assim como as que ainda precisam ser sonhadas e conquistadas. Isso não somente no contexto político e histórico, mas também em relação ao corpo, gêneros e uma equidade racial e social", aponta o diretor artístico e curador do festival, Luiz Gustavo Carvalho.
Curadoria
Segundo ele, tudo isso reflete diretamente no trabalho dos mais de 90 artistas brasileiros e estrangeiros que fazem parte da programação deste ano.
"Obviamente as obras foram escolhidas baseada numa excelência artística, mas também tendo muito cuidado de encontrar trabalhos dispostos a esse diálogo plural que o festival incita", completa.
Agenda múltipla
Assim como em outras edições, a agenda é múltipla e vai se dividir durante os onze dias de festival em áreas artísticas como o cinema, artes visuais, artes cênicas, música e literatura.
Entre os destaques da programação, está a abertura do festival que terá uma performance literária do escritor Edimilson Almeida de Pereira seguida por um concerto do pianista Amaro Freitas.
"O Edimilson é um dos poetas mais importantes do cenário contemporâneo brasileiro e o Amaro é um dos músicos mais promissores do jazz em âmbito mundial no momento. Vai ser uma boa oportunidade para o público conferir o trabalho deles de perto", recomenda Luiz Gustavo Carvalho.
Nas artes visuais, parecem imperdíveis duas exposições: a coletiva “Ainda Que Tardia”, realizada em parceria com o Campus Cultural UFMG em Tiradentes e que acontecerá no Museu Casa Padre Toledo, antiga residência do inconfidente Padre Toledo; e “Retratos Modernistas do Brasil”, uma homenagem à Semana de Arte Moderna de 2022 que vai reunir obras de importantes nomes do movimento de 22, como Anita Malfatti e Di Cavalcanti, além do trabalho de outros modernistas como Vicente do Rego Monteiro, José Pancetti e Alberto da Veiga Guignar.
Na área do cinema, serão exibidas várias sessões de filmes e animações em torno do tema (in)dependências, como os longa-metragens "Pureza", de Renato Barbieri, e "Abolição", de Zózimo Bulbul.
Já a programação musical inclui shows das cantoras Virgínia Rodrigues, além de 14 concertos de música de câmara que serão apresentados em diferentes igrejas históricas de Tiradentes. Haverá também a encenação da ópera "Domitila", do compositor João Guilherme Ripper, criada a partir da correspondência amorosa trocada entre D. Pedro I e Domitila, a Marquesa de Santos.
Outro ponto de realce será a exibição de “Amarcord”, a obra-prima do cineasta italiano Federico Fellini (1920-1993), que registra de forma pitoresca e dramática aspectos da Itália durante os 1930, período em que o fascismo dominava o país europeu.
"Toda essa rica trama tecida entre diversas linguagens é o que transforma o festival numa chance rara para se conhecer a força impactante da arte", finaliza Luiz Gustavo Carvalho.
Serviço
O quê: Festival Artes Vertentes
Quando: Desta quinta (17) até o próximo dia 27 de novembro
Onde: Em vários espaços culturais de Tiradentes
Quanto: Grande parte da programação é gratuita. Preços e horários de todos os espetáculos estão disponíveis no site artesvertentes.com