Um dos eventos literários mais importantes e badalados do país, a Festa Literária Internacional de Paraty, ou simplesmente, Flip, teve que adaptar aos novos tempos para realizar a sua 18ª edição.
Por conta da pandemia do novo coronavírus, o festival que geralmente acontece no mês de julho na cidade histórica fluminense, vai ser realizado, pela primeira vez, em formato virtual e em dezembro, entre os dias 3 e 6 de dezembro. Toda a programação será transmitida ao vivo numa plataforma própria e também nas redes sociais do evento.
Em um comunicado Mauro Munhoz, diretor artístico da Flip, explicou as novas medidas.
"Este é um ano atípico, por isso optamos por este formato. A Flip Virtual contará com uma linguagem própria que respeita o sentido original e o espírito da Festa: ser mais do que um mero evento, estabelecendo uma relação duradoura e permeável com Paraty."
De forma inédita também, e Festa de Paraty provavelmente não terá nem curador e nem um autor homenageado. Logo no começo da pandemia, a jornalista Fernanda Diamant deixou a curadoria. Ela pediu demissão da função em agosto, em carta em que afirmava que a festa precisa de “uma curadora negra para reinventá-la nesse mundo pós-pandemia”. Os organizadores ainda não informaram se a Flip terá um novo curador.
A pandemia alterou também outra tradição da Flip, e a edição Virtual não terá a figura do autor homenageado. Inicialmente, a poetisa americana Elizabteh Bishop, que viveu muitos anos no Brasil, inclusive em Minas, seria a reverenciada.
A organização do evento alega que não é momento de celebração e que a Festa vai lembrar nomes importantes da cultura que partiram este anos como o escritor Sergio Sant’Anna, o compositor e letrista Aldir Blanc, o artista plástico Abraham Palatnik e a regente Naomi Munakata.