Há 90 anos nascia, em Juazeiro, o grande João Gilberto

Se estivesse vivo, João Gilberto completaria, nesta quinta-feira (10), nada menos que 90 anos de idade - o artista morreu em julho de 2019, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Por conta da pandemia do novo coronavírus, claro, não haverá grandes efemérides.  Mas algumas reverências podem ser localizadas. A rádio Cultura, por exemplo, apresenta uma programação especial dedicada a ele, acessível Brasil afora pelo site da emissora e no aplicativo Cultura Digital. Ao meio-dia, o público poderá conferir um especial com os bastidores de um programa gravado na TV Tupi com João Gilberto, Caetano Veloso e Gal Costa no inicio dos anos 70. Já às 14h, Alexandre Ingrevallo apresenta gravações exclusivas da Cultura do show de João Gilberto no Palace em 1994. Às 17h, Arrigo Barnabé conversa com Tom Zé  sobre o disco "Chega de Saudade" lançado em 1959. Não bastasse, a programação executará diversas obras de João Gilberto.

Outra celebração vem de Roberta Sá. No último dia 6, a cantora potiguar lançou oficialmente o seu disco "Sambas e Bossas", de 2004, nas plataformas digitais, pela Altafonte, e em uma edição de vinil, pela Bolachão. O lançamento foi precedido por um show, realizado no último dia 5, no Teatro Claro Rio, e que teve transmissão ao vivo pelo Canal 500 da Claro TV e no YouTube do teatro, onde ainda está disponível. Nele, ela presta sua homenagem aos 90 anos de João Gilberto. No repertório, músicas como "Coisa Mais Linda" (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, 1961). 

Já o compositor, violonista, produtor e arranjador Mario Adnet lança "João Gilberto Eterno", disco com 15 composições gravadas por João Gilberto, rearranjadas por ele. O petardo traz participações de nomes como Guinga, Mônica Salmaso, Joyce Moreno, Rosa Passos, Leila Pinheiro, Lisa Ono, Moreno Veloso e Daniel Jobim, assim como o próprio Mario, sua filha Antonia e seus irmãos Chico, Maucha e Muiza.

Em Juazeiro, terra natal de João Gilberto, o Memorial Casa Bossa Nova apresenta a exposição permanente, com uma linha do tempo. A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h, atendendo todos os protocolos sanitários, permitindo a entrada de duas pessoas por vez.

Já a rádio Batuta, do Instituto Moreira Sales, publicou há dias gravações inéditas do músico. São três fitas, gravadas em Salvador entre 1959 e 1960. Duas delas foram captadas na casa o jurista e músico baiano Carlos Coqueijo, e a terceira é a gravação de um show de João e Vinicius de Moraes, na Associação Atlética da Bahia. Ao todo, são 38 músicas - e autores como Dorival Caymmi, Tom Jobim, Carlos Lyra, Vinicius de Moraes e Ronaldo Bôscoli , das quais 20 nunca foram gravadas em disco, incluindo uma composição de João Gilberto em parceria com Ronaldo Bôscoli, "Jeito de Flor" e outra de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, "Sem Você".  O material foi entregue pela viúva de Coqueijo à pesquisadora Edinha Diniz, que o cedeu à rádio digital do Instituto Moreira Sales.

Vale lembrar que, em janeiro, uma gravação até então desconhecida de João Gilberto cantando num show em Béziers, na França, no ano de 1989, foi encontrada pelo pesquisador carioca Pedro Fontes. No áudio, o criador da bossa nova canta e toca no violão o samba-enredo "Caymmi Mostra ao Mundo o que a Bahia e a Mangueira Têm", que consagrou a Estação Primeira de Mangueira como campeã do Carnaval de 1986. A composição é de Ivo Meirelles, Paulinho e Lula.

Outra homenagem aos 90 anos do mito vem da cantora Hanna, que, nste mês de junho, apresenta três clipes homenageando João Gilberto. Nesta quinta, ela lança, em seu canal do YouTube, sua versão para “Desafinado”, de Tom Jobim e Newton Mendonça. Ainda este mês, outras duas canções eternizadas por ele ganham registro em clipe pela cantora: “Tin tin por tin tin” e “Samba da minha terra”.