“Foi supernecessário ficar esse tempo todo sem gravar, sem me reconhecer e me apresentar como artista, porque eu pude aprender bastante no backstage, produzindo os artistas e os eventos da minha comunidade, sabendo gerar renda com nosso talento, com nossa economia criativa. Acho que amadureci bastante”, disse Kdu dos Anjos. O tempo de hibernação, se é que o termo seja compatível com um cara que não ficou parado um só dia, sempre fazendo um corre aqui e outro ali, acabou. Nesta sexta-feira (26), à meia-noite, o músico, cria da Terra das Alterosas, lança em todas as plataformas digitais o disco “Quanto Tempo, Hein, Kdu?”. 

“(Nesse tempo), conheci mais sobre músicas, principalmente sobre músicas periféricas, e trago bastante dessas influências no disco. Então foi um período em que eu não parei, necessariamente, pois escrevi bastante, pesquisei bastante, e (o álbum) é o resultado dessa pesquisa e dessa imersão na Favelinha”, reflete Kdu, ainda sobre o período em que ficou longe do mic, mas envolvidão nas atividades do Lá da Favelinha, projeto social que fomenta a arte e a cultura no Aglomerado da Serra, localizado na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Inclusive, nesta temporada, em que as famílias da quebrada foram as mais atingidas, a entidade tem entregue para a comunidade cerca de 6.000 cestas básicas por mês e distribuindo 2.000 marmitas, as quentinhas, por dia.

Com 12 faixas e parcerias memoráveis, como a dobradinha com o rapper Djonga e com o músico Hot Apocalypse, “Quanto Tempo, Hein, Kdu?” foi gravado durante a quarentena. Para tal feito, principalmente por conta do isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus, Kdu e o produtor Rafael Fantini se mudaram para um estúdio. Aí não teve jeito, o mais novo rebento da safra musical mineira nasceu – e nasceu gritando boas ideias e energias! “Ele reflete muito sobre a relatividade do tempo, ainda mais em tempos de corona, e o nome é autoexplicativo: fiquei um tempo fora da música, mas não 100% fora, pois estava envolvido em vários projetos”, justifica.

Mas e aí, Kdu dos Anjos, o disco é mesmo de rap? “O que eu escrevo é rap! Mas eu consegui cantar essas rimas em alguns ritmos diferentes. Então, a base é o rap, mas tem bastante influência do trap, do soul, do jazz, de batidas eletrônicas, mas o disco também traz bastante funk brasileiro, que antes era chamado de funk carioca, mas hoje dá para ter a noção do funk nacional, MPB e experimentação em geral”, adianta o artista ao portal O Tempo. “É um disco eclético e vai agradar vários públicos”, garante ele, que espera geral nas plataformas digitais a partir de meia-noite e, após a audição, a opinião do público nas redes sociais. 

Ouça o disco nas plataformas do Kdu dos Anjos (clique aqui)