Morreu nesta terça-feira (4), aos 57 anos de idade, o locutor Asa Branca. Ele estava internado no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, em São Paulo, desde o sábado (25), onde lutava contra um câncer na mandíbula.
Asa não se alimentava nem por sonda desde domingo (2) e estava sobrevivendo a base de morfinas para aliviar as dores na região dos tumores. Ele também era portador do vírus HIV.
O falecimento de Asa Branco foi confirmado pela sua família em comunicado à imprensa no início desta tarde.
"É com muito pesar que informo a todos o falecimento do nosso querido Waldemar Ruy Asa Branca dos Santos. Em breve, mais informações". Além disso, o comunicado incluiu uma frase do locutor: "Nunca abandone um amigo, independentemente de sua situação", dizia a nota.
Ícone dos rodeios
Waldemar Ruy Asa Branca dos Santos foi milionário e um ícone no mundo dos rodeios por criar um novo estilo de narração.
Ele já chegou a ganhar R$ 1 milhão em um único mês, morava nos Jardins, usava helicópteros e aviões fretados como meio de transporte.
Após abusar de uma vida de luxo, sexo e drogas, ele perdeu, ao menos, R$ 10 milhões.
Portador do vírus da Aids desde 1999, o locutor, que apresentava os principais rodeios país afora, era figura fácil em programas de TV.
Quase morreu em 2013, após contrair uma doença transmitida por pombos e meningite. Ele tentou retomar a carreira depois disso, mas a doença foi se agravando.
A carreira de Asa Branca foi meteórica. Virou locutor por acaso em 1985, quando o narrador oficial brigou com a direção de uma festa.
Tinha sido eliminado do rodeio no primeiro dia e perdido o gosto pela atividade após ser pisado por um touro em 1984. O pisão lhe rendeu uma cirurgia no peito.
Tomou gosto pela narração e resolveu se aperfeiçoar. Foi limpar cocheiras no Texas, onde acontecem alguns dos principais eventos da área nos EUA, e conheceu uma tecnologia avançada à época: microfone sem fio.