Cinema

Integrantes denunciam racismo na organização do Globo de Ouro

Ao renunciarem, membros acusam Associação dos Correspondentes Estrangeiros de Hollywood de ser ambiente tóxico

Por Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de junho de 2021 | 20:35
 
 
 
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São Paulo. "Trata-se de um ambiente tóxico". Depois de fazerem essa denúncia, dois integrantes da Associação dos Correspondentes Estrangeiros de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês), a entidade que organiza o Globo de Ouro, pediram seus desligamentos imediatos da instituição. Numa carta à qual teve acesso o jornal "Los Angeles Times", os jornalistas Wenting Xu e Diederik van Hoogstraten afirmam que "permanecer na associação não é mais sustentável para nós". Xu é um repórter da "World Screen", uma publicação de Nova York especializada em cinema, e Van Hoogstraten é colaborador de diversos veículos holandeses e ex-membro do conselho da HFPA.

As razões mais palpáveis colocadas na carta dizem respeito à resistência da "maioria dos membros" a qualquer mudança, à atenuação das novas regras propostas por uma auditoria para aumentar a diversidade racial e de gênero na associação e o "medo de retaliação, a autolimitação, a corrupção e o abuso verbal" que ainda seriam problemas sérios na HFPA.

Desde fevereiro, a entidade enfrenta críticas. O LA Times publicou uma matéria denunciado atitudes sexistas e racistas e solicitação de favores de celebridades e estúdios. A matéria destacava ainda que a HFPA não tem nenhuma pessoa negra entre seus membros.

A Associação havia concordado em recrutar mais membros negros e fazer outras mudanças nos próximos meses, mas as iniciativas foram consideradas discretas e as reações prosseguem. Elas já foram feitas por Tom Cruise e Scarlett Johansson.

Xu e Van Hoogstraten alegam que alguns problemas pioraram, como a transparência em relação às finanças do grupo. Segundo o LA Times, a dupla fez várias queixas à entidade, e um membro do conselho respondeu que os comentários de Xu eram uma "campanha de ódio" e que ela estaria "trabalhando contra nós". Ao final da carta, Xu e Van Hoogstraten afirmam que, saindo da HFPA, pretendem estabelecer "uma organização transparente, profissional e inclusiva para a atual e as próximas gerações de repórteres".

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