"Fotografia Modernista Brasileira", nova exposição virtual do Itaú Cultural, e que explora a gênese da fotografia moderna feita no Brasil no século passado, está disponível a partir de desta terça-feira na plataforma Google Arts & Culture. O recorte conta com 70 trabalhos produzidos entre as décadas de 1940 e 1970 por importantes artistas, como Gaspar Gasparian, José Oiticica Filho, Geraldo de Barros, Alice Kanji e José Yalenti. As obras fazem parte da "Coleção Itaú Cultural", que reúne um total de 160 fotografias produzidas por 38 artistas modernistas.
Com curadoria do Núcleo de Artes Visuais e organização do Acervo de Obras de Arte do Itaú Cultural, a coleção apresenta imagens que destacam a ruptura formal promovida pelo movimento modernista, que, ao contrário dos conceitos tradicionais da época, que tratavam as fotografias meramente para fins comerciais; as transformaram em uma forma de arte.
“A gente pode perceber, principalmente a partir das décadas de 1920 e 1930, que a fotografia vai ganhando uma força de expressão bastante interessante. Com maior acesso a equipamentos – câmeras e também laboratórios –, fotógrafos tinham a chance de fazer uma transposição do uso da fotografia como uma forma de registro para uma expressão mais conceitual e artística. Os fotoclubes também tiveram um papel muito importante nesse processo, pois eram o ponto de encontro para osprofissionais descobrirem outras formas de explorar a fotografia para além do lado comercial”, explica Sofía Fan, gerente do Núcleo de Artes Visuais do Itaú Cultural.
A mostra é dividida em sete eixos – "Foto Cine Clube Bandeirante", que traz um panorama de um dos mais antigos e importantes fotoclubes brasileiros, o Foto Cine Clube Bandeirantes, fundado em São Paulo, em 1939; "Dos Fotoclubes aos Museus", que cobre a produção fotográfica realizada entre as décadas de 1940 e 1950; "Mulheres no Foto Cine Clube Bandeirante", que registra a obra de fotógrafas importantes, como Dulce Carneiro, Gertrudes Altschul, Palmira Giró e Alice Kanji.
Completam os eixos, "Estética Modernista", que mostra como a fotografia moderna brasileira foi influenciada por movimentos de vanguarda da Europa e dos Estados Unidos; "Formas", que flagram a ruptura estética proposta pelo movimento de artistas modernistas no campo da fotografia. Além ainda dos eixos "Primor da Técnica", que cobre a experimentação de técnicas e materiais caracterizada pela produção fotoclubista, e por último, "Do Objetivo à Subjetividade", que mostra as cidades, temas e sujeitos que influenciaram os fotógrafos do modernismo.
Além de fotografias e textos, o público pode acessar conteúdos diferenciados da coleção diretamente dos seus navegadores de Internet, através de ferramentas digitais como o zoom dinâmico, que permite ao usuário aproximar qualquer imagem da mostra e observá-la em detalhes.
"Nossa proposta é oferecer ao público um conjunto atraente de imagens que representassem esse período importante da fotografia brasileira. Embora façamos uso da tecnologia, obviamente não existe uma intenção de traduzir literalmente uma exposição física para o virtual. Porém, a gente quis aproveitar da melhor forma essa linguagem, essa plataforma do Google Arts & Culture, que tem uma visibilidade e um acesso bastante aberto, para, através dele, permitir que as pessoas conheçam melhor esses trabalhos tão importantes da nossa arte", conclui Fan.