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Jennifer Souza marca um reencontro consigo mesma em 'Pacífica Pedra Branca'

Segundo disco solo da cantora e compositora mineira tem no título o significado do nome da artista e faixas que começaram a nascer ainda em 2016. Show de lançamento será na próxima quarta (27)

Por Bruno Mateus
Publicado em 21 de outubro de 2021 | 12:40
 
 
 
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“Pacífica Pedra Branca” é o segundo álbum solo de Jennifer Souza, cantora e compositora mineira que também integra as bandas Moons e Transmissor. O álbum, que chegou às plataformas digitais há exatamente uma semana, sucede “Impossível Breve”, de 2013, mas, para falar desse novo trabalho, é preciso voltar um pouco mais no tempo. Jennifer Souza já foi Liliam, nome que carregou consigo até os três anos de idade, quando foi, de fato, levada a um cartório para ser registrada. Aí virou Jennifer Souza, de vez, por vontade da mãe.

Em meados de 2017, envolta em questões existenciais, Jennifer, cuja produção já havia rendido quatro faixas deste novo disco, quis saber o significado de seu nome. A compositora, criadora da Mostra Cantautores, descobriu que Jennifer significa “suave” e “branca”, e Souza quer dizer “pedra”. A compositora achou bonito, poético, e resolveu trocar “suave” por “pacífica” e pronto: ela tinha o nome de seu segundo disco. 

“Fiquei nessa viagem, a história do nome é muito engraçada, mas fiquei abismada com o tanto que me identifico com o significado de Jennifer Souza. Tem a ver com minha personalidade, com minha fisionomia. É uma identificação muito interessante e a imagem disso ficou”, comenta a cantora, que, no fim de 2019, compôs a faixa título: “Não imaginava compor uma música com o título, mas foi natural, os versos começaram a sair”.

As músicas de “Pacífica Pedra Branca” começaram a ser compostas há um bom tempo. “Crescente”, por exemplo, é de 2015. Com as faixas redondinhas, à exceção de “Serena”, feat com a Moons e última a entrar no disco, Jennifer Souza pisou no estúdio Ilha do Corvo, de Leonardo Marques, que assina a produção do disco e tocou guitarra na faixa-título, em fevereiro de 2020 com a ideia de lançar o álbum em maio e fazer o show de lançamento no fim de junho, em Belo Horizonte.

Porém, no meio do caminho tinha uma pandemia, os planos foram repensados e a feitura do disco passou por uma dinâmica mais lenta, compreendendo os desafios do tempo e do espaço pandêmico, até ser finalizado em junho passado.

Para dar contornos e outros olhares à “Pacífica Pedra Branca”, Jennifer Souza chamou Luiz Gabriel Lopes (“Ultraleve”, lançado como single), Rafa Castro (“Na Ponta Dos Pés) e Fabio Góes (“Ser No Espaço a Minha Luz”), que repete a parceria do primeiro álbum. Em “Oração ao Sol”, canção que fecha o disco, Jennifer divide os vocais com Tiganá Santana. Marcus Abjaud (piano), Frederico Heliodoro (baixo) e Felipe Continentino (bateria), trio que está no em Impossível Breve, repetem a tabelinha com Jennifer no novo álbum.

Sobre as parcerias, a cantora ressalta o ambiente colaborativo que resultou no disco e enaltece cada troca de ideia não só com os músicos, mas com toda a equipe de produção.

“A maior parte das músicas e das letras é minha, tem um processo de composição muito solitário, estou pensando nesse disco há muitos anos, mas para realizar o álbum seria impossível sozinha. Várias pessoas estavam empenhadas e foi um trabalho muito coletivo”, ela afirma. “O Rafa e o Luiz fizeram as letras, a melodia já existia. Com o Góes fiz música e letra, e a participação do Tiganá é a realização de um sonho. Sou muito admiradora do trabalho dele”, acrescenta.

Ao todo, cerca de 30 pessoas estiveram envolvidas em cada passo de “Pacífica Pedra Branca”, lançado pela Balaclava Records na América Latina e Portugal, pela Disk Union no Japão e com lançamento agendado para 2022, em toda a Europa, pelo selo 180g. O álbum também ganhará edição em vinil. 

A poesia do título do álbum, retrato que abrange acontecimentos de um longo período da vida de Jennifer, salta também às músicas e acaba por conectar as canções, de “Ultraleve” à “Oração ao Sol”, da epifania de “Amanhecer” à sensação de voo em “Birds”. Jennifer diz que os títulos das músicas sugerem uma unidade do disco. “Tudo isso, para mim, sugere leveza, luminosidade, e não foi pensado dessa forma, foi saindo assim”, pontua a musicista.

Passeando entre o folk e o indie, “Pacífica Pedra Branca” busca paz sem se esconder do que angustia e é reencontro; é sereno - talvez toda a calma que Jennifer estivesse precisando -, forte, mas sutil, “desses campos mais sutis que sentimos, mas não vemos”, como ela diz já no fim da entrevista. 

Show de lançamento

Uma das atrações do Savassi Festival, Jennifer Souza vai lançar “Pacífica Pedra Branca” na próxima quarta-feira (27), às 20h15, na Sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes. Jennifer será acompanhada dos músicos Marcus Abjaud (piano e teclado), Thiago Corrêa (baixo e vocais), Felipe Continentino (bateria), Fred Selva (synths, harmônio e eletrônica) João Machala (trombone), Breno Mendonça (sax tenor) e William Alves (trompete e flugelhorn), além das participações especiais de Luka Milanovic (violino), Felipe José (violoncelo) e Leonardo Marques (guitarra).

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