As cantoras mineiras Lu Toledo e Elisa de Sena já acompanhavam o trabalho produzido por cada uma individualmente, mas, até então, não haviam dividido o palco, como vai acontecer nesta sexta-feira (1º), no Cine Theatro Brasil, dentro do Projeto Elas. No show, haverá momentos solos e duos, nos quais, respectivamente, as artistas vão interpretar composições próprias e depois vão trocar figurinhas, com uma dedicando-se ao repertório da outra, como antecipa Elisa.
“Além disso, quando estivermos cantando juntas, os músicos de Lu também vão se encontrar com os meus. O que será um momento muito bacana”, comenta a cantora. Elisa, que toca no Tambor Mineiro e é uma das fundadoras do Coletivo Negras Autoras, reconhece haver características diferentes entre a sonoridade produzida por ela e por Lu, mas ressalta que há sim aproximações entre as canções assinadas pelas duas.
“Eu acho que há uma estética de finalização musical distinta entre nós, mas existe algumas afinidades na forma de compor também, talvez nas letras e nos universos que nos inspiram a escrever. Isso é algo bem interessante”, aponta Elisa.
Desta vez, ela vai se apresentar sem banda, apenas com a DJ Black Josie que vai acompanhá-la no teclado. Lu, por sua vez, vai subir ao palco com dois violonistas. Para ela, o que pode conectar suas músicas ao repertório de Elisa é, sobretudo, a perspectiva intimista e o olhar voltado para o feminino. “A busca da cura, da autodescoberta, tem muito a ver com esse interesse de nos voltarmos para essas questões internas. O disco de Elisa se chama ‘Cura’, e isso é algo muito poético e também filosófico”, afirma Lu.
A cantora tem dois discos lançados, “Riscos” (2013) e “Entre Mundos” (2016), e está em vias de trazer a público um novo trabalho, que deverá se chamar “Jeito de Amar”. Por enquanto, o disco ainda está no prelo, mas Lu ressalta que ele deverá oferecer um convite à prática das relações nas quais ela mais acredita e considera saudáveis para o ser humano. “Especialmente hoje quando a sociedade é atravessada por tanto conflitos, nós temos que cantar o amor. Todo o ódio precisa ser superado para conseguirmos vibrar na melodia do amor. Eu espero muito poder lançar esse disco no ano que vem, porque nós estamos precisamos fortalecer a tolerância e a compaixão. É o que eu sempre busco na minha vida”, diz.
O próximo álbum não deverá se afastar do que Lu já mostrou gostar de fazer na música. Ela define o seu estilo a partir de uma mistura sutil de referências, que não chegam a impor uma batida única. “Eu me vejo muito dentro da música brasileira. Eu pego um pouco dos elementos de bossa nova, mas não sou cantora de bossa nova; eu trago elementos de samba, mas não sou cantora de samba. Então, eu percebo que vou aproximando essas coisas, assim como o tango, o rock e o pop”, conta.
“O que eu privilegio muito também são as letras, que eu gosto que sejam intimistas e bem trabalhadas, Para mim é muito importante a poética que acompanha a música. Para eu cantar uma música, é importante que ela me chame atenção para a sua poesia”, conclui.
Agenda
o quê. Lu Toledo e Elisa de Sena no Projeto Elas
quando. Sexta (1º/10), às 20h
onde. Cine Theatro Brasil (av. Amazonas, 315, Centro)
quanto. R$ 30 e R$ 15 (meia)