Uma bela interpretação de “Queremos Saber”, composta em 1976 por Gilberto Gil, é a única releitura presente em “Tenho Saudade Mas Já Passou” (Matraca Records / YB Music), terceiro disco da cantora e compositora Luiza Brina, 31, que será lançado hoje, no Teatro Sesiminas. As demais faixas do álbum – que tem produção de Fernando Rischbieter – são divididas com parceiros como Ronaldo Bastos (“Acorda Para Ver o Sol”) e Ceumar (“Como Será que a Música Começa”).
Não bastasse, Luiza também compôs com expoentes de sua geração, como Júlia Branco (“Quero Cantar”), César Lacerda, diretor artístico do álbum (“De Cara”) e Thiago Amud (“Estrela Cega da Turquia”, inspirada no drama dos migrantes, e, em particular, a partir da foto de Alan, o garoto sírio cujo foto de seu corpo inerte, na praia, comoveu o mundo em 2015).
O título do álbum brinca com a reverência que a artista presta ao passado, ao mesmo tempo em que não se furta a olhar para o futuro. “É uma homenagem à canção feita no Brasil”, diz a moça, que não esconde sua admiração por nomes como o da gaúcha Adriana Calcanhotto (“não só como compositora, mas pela maneira como ela estuda a canção”).
Em tempo: a inclusão da música de Gil também deve-se a uma paixão que vem de anos. “Sou muito fã da obra dele, que há tempos me dedico a estudar. Os arranjos de violão que faz, são impressionantes. E essa música, que foi gravada inicialmente pelo Erasmo Carlos e, num outro momento, pela Cássia Eller, faz parte do que chamo de ‘repertório de casa’, o que gosto de tocar entre amigos”, explica Luiza, acrescentando que, apesar de já contabilizar mais de 40 anos, a letra segue atualíssima.
Já do novo repertório, ela conta, por exemplo, que a letra de “Quero Cantar”, de Júlia Branco, foi composta originalmente em inglês. “Depois entendi que queria cantá-la em português”, narra. “A letra fala dos desafios de ser mulher e artista no Brasil”. A gravação contou com Lay e Lio Soares, da banda Tuyo, que, aliás, vai participar do show. Também estarão no palco os músicos que acompanharam Luiza no estúdio, ou seja, Yuri Velasco, na bateria, e Davi Fonseca, no teclado. Cumpre dizer que o petardo já foi lançado no Rio de Janeiro e, há poucos dias, em Lisboa e na Catânia, na Sicília. Luiza Brina acrescenta que o show terá vídeo-cenário concebido por Sara Lana e Flávia Mafra.
Agenda
Onde. Sesiminas (rua Padre Marinho, 60)
Quando. Hoje, às 20h30
Quanto. R$ 20 (inteira), na bilheteria ou no site