Um senhor de 70 anos, com jeito de criança e a alma de um duende. Ian Anderson continua um mestre da flauta, um verdadeiro bailarino do rock sobre o palco e um excelente frontman, dono de um carisma que segue contagiando seus súditos, como os que o aplaudiram efusivamente na noite desta quarta-feira, no Km de Vantagens Hall, em Belo Horizonte.
A voz, infelizmente, não tem mais aquela energia dos anos 60 e 70. Foi corroída ao longo do tempo. Mas recebeu a ajuda dos fãs presentes no local para conferir de perto a apresentação do líder do Jethro Tull que desferiu um clássico atrás do outro.
O Km de Vantagens recebeu um bom público - mesmo que não tenha sido suficiente para lotar o local - e que vibrou, cantarolou e se emocionou com sons como "Living in the Past", "Nothing is Easy" e "Heavy Horses". Mas foi na quarta canção do espetáculo que veio a primeira comoção.
"Thick as a Brick" arrancou gritos, lágrimas, sorrisos de cabo a rabo e uma euforia que tomou conta do lugar. Seus cerca de 44 minutos tiveram de ser editados para menos de dez. Nada que tirasse o brilho desse hino da história do rock progressivo e que, mesmo depois de 45 anos, segue atemporal.
A banda que acompanha Ian possui extrema competência. David Goodier (baixo), John O'Gata (plano), Floriam Opahle (guitarra) e Scott Hammond (bateria) esbanjaram feeling e peso na medida certa.
Ian, além da flauta, também evidenciava sua competência no violão. O show prosseguiu noite afora.