Assim como se costuma dizer que Rosa Passos é um João Gilberto de saias, cabe a mesma comparação entre Áurea Martins e Cartola. Da mesma forma que o autor de "As Rosas Não Falam" foi tardiamente absorvido pela indústria fonográfica, ela também só alcançou regularidade no lançamento de discos a partir de 2008, com "Até Sangrar", a despeito de o início de sua carreira remontar ao final da década de 1960. Áurea lançou um primeiro disco em 1972. O título seguinte só viria em 2004, mas também passou desapercebido. Com o suporte da gravadora Biscoito Fino, "Até Sangrar" conseguiu chamar a atenção para o trabalho da cantora num raio mais amplo, e aí a coisa parece ter deslanchado.
O êxito recente dessa trajetória deve, em boa medida, ser creditado a Hermínio Bello de Carvalho. Ele é quem assinou a produção do disco de 2008 e também de seu sucessor, "De Ponta Cabeça", lançado em 2010 e com repertório composto exclusivamente por músicas de sua autoria. Este material é que serve de base para "Iluminante", o primeiro DVD de Áurea, que acaba de chegar ao mercado, juntamente com o CD homônimo. São 15 números musicais (alguns em formato de pot-pourri) registrados ao vivo - mas sem a presença de plateia - no estúdio da 24P, no Rio de Janeiro, em abril do ano passado. Os dez primeiros trazem a assinatura de Hermínio como autor.
São músicas que tem o samba como baliza, principalmente, mas com um ou outra incursão pelo bolero e por outros gêneros que Áurea está habituada a cantar na noite - o que ela faz regularmente desde o início da carreira. Essa, aliás, é a diferença notável entre a cantora e Cartola, que, sabe-se, era mais estritamente afeito ao samba. De resto, os dois compartilham a mesma elegância na forma de cantar, e também a mesma intensidade, o que, no caso de Áurea, é certamente resultado de seu traquejo de palco.
Na reta final do DVD - cujo clima evoca o de boates enfumaçadas dedicadas à dor de cotovelo -, o repertório se afasta do disco "De Ponta Cabeça" e recupera temas de "Até Sangrar". Da faixa 11 em diante tem-se, dessa forma, uma cantora ainda mais aberta a gêneros e possibilidades de interpretação, desfilando garbosa por temas como "Ilusão à Toa", de Johnny Alf, "Janelas Abertas", de Tom e Vinicius, e até "Nada Por Mim", de Paula Toller e Herbert Vianna.
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Áurea Martins se consolida com lançamento de DVD
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