O cantor e compositor Aldir Blanc, de 73 anos, autor de alguns dos versos mais memoráveis da música brasileira, como 'O Bêbado e a Equilibrista', morreu na madrugada desta segunda-feira no Rio de Janeiro. Com infecção generalizada em decorrência do novo coronavírus, Aldir estava no CTI do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, desde o dia 10 de abril.

Ele havia sido internado no dia 10 de abril, CER do Leblon com infecção urinária e pneumonia, que evoluíram para um quadro de infecção generalizada. Cinco dias depois, sua filha, Isabel Blanc, fez um apelo por um leito em vídeo na web. Amigos, fãs e familiares subiram a hashtag #AldirBlancSOS. Surtiu efeito, e ele conseguiu transferência para o Hospital Pedro Ernesto, onde permaneceu até falecer.

Em mais de 50 anos de carreira, Aldir escreveu cerca de 500 canções. Sua obra reúne dezenas de músicas conhecidas, além de outras centenas nunca gravadas ou perdidas. Foi parceiro de outros ilustres artistas, como João Bosco, César Costa Filho, Jayme Vignolli, Hélio Delmiro, Djavan, Cristóvão Bastos (com quem fez o clássico "Resposta ao Tempo", sucesso na voz de Nana Caymmi), Edu Lobo e Sueli Costa.

Aldir nasceu no Rio de Janeiro em 2 setembro de 1946. Em 1966, ingressou na Faculdade de Medicina, especializando-se em psiquiatria, mas abandonou o curso em 1973 para dedicar-se exclusivamente à música, tornando-se um dos mais importantes compositores de Música Popular Brasileira (MPB).

Além de compositor, era também escritor. Entre seus livros publicados estão "Rua dos Artistas e Arredores" (Ed. Codecri, 1978); "Porta de tinturaria" (1981), "Brasil passado a sujo" (Ed. Geração, 1993); "Vila Isabel - Inventário de infância" (Ed. Relume-Dumará, 1996), e "Um cara bacana na 19ª" (Ed. Record, 1996), com crônicas, contos e desenhos. Escreveu, ainda, com crônicas para os jornais “O Dia”, "O Estado de São Paulo" e "O Globo".