A Quarta Turma do Tribunal Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, declarou inocente o empresário Bernardo Paz, idealizador e curador de um dos maiores museus a céu aberto do mundo, o Inhotim, das acusações de lavagem de dinheiro. Ele havia sido condenado a nove anos e três meses de prisão em regime fechado após denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF).
 
Milionário e criador de Inhotim, Paz foi denunciado pelo MPF em 2013. Em 2017, foi condenado em primeira instância pela 4ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte. A absolvição do empresário ocorreu em sessão realizada na última terça-feira. A irmã de Paz, Virgínia de Mello, também foi inocentada. A parente do empresário, que trabalha com o fundador do Inhotim, havia sido condenada a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto.
 
Conforme o MPF, entre os anos de 2007 e 2008, um fundo de investimentos chamado Flamingo, com sede em um paraíso fiscal, repassou US$ 98,5 milhões (R$ 427,5 milhões; valores de hoje) para a empresa Horizonte, criada por Paz para manter o Inhotim. O dinheiro, no entanto, segundo a Procuradoria, teria sido usado para pagamento de compromissos de empresas do criador de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do país. Paz já foi proprietário do conglomerado do setor de mineração Itaminas, que abarcava cerca de 30 empresas.
 
“Depois de dois anos de depressão, com vergonha de sair de casa, vejo a luz no fim do túnel”, contou em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”. A decisão de absolver o empresário foi unânime entre os três juízes de uma das cortes do TRF-1, mas pode ser revista por instâncias superiores.