Uma campanha batizada de #voltashaman tomou uma proporção tão grande nas redes sociais que catalisou o fim de um hiato que perdurava cerca de 12 anos. Incrédulos – e entusiasmados – com o apelo dos fãs, os integrantes da formação original da banda paulista de heavy metal Shaman deixaram de lado as rusgas do passado e juntaram suas forças para reviver os tempos áureos de 2002 a 2006, com algumas datas de shows pelo Brasil.
Neste sábado (1) é a vez de BH se tornar a sede deste nostálgico encontro em que Andre Matos (vocais e piano), Luis Mariutti (baixo), Hugo Mariutti (guitarra) e Ricardo Confessori (bateria) – além do fiel escudeiro, o tecladista Fabio Ribeiro – executarão faixas dos discos “Ritual” (2002) e “Reason” (2005). O concerto acontece no City Hall, com abertura do conjunto mineiro de música celta Taverna.
“O setlist é extenso, e temos o comprometimento em entregar um espetáculo para os nossos fãs. Não só as músicas, mas também toda uma atmosfera. Tudo isso torna o show inteiro uma surpresa”, ressalta Luis, considerado por grande parte da legião de fãs o elo que possibilitou essa reunião.
Após Luis dialogar com Confessori e Hugo e os irmãos Mariutti conversarem com Andre, uma última “barreira derrubada” foi entre o vocalista e o baterista, único a permanecer na banda depois da primeira ruptura – foram gravados mais dois discos, “Immortal” (2007) e “Origins” (2010), com outra formação – e, na conta de muitos, o principal causador dos atritos, amplificados por ele ter utilizado o nome da marca Shaman durante anos. “Acho que as mágoas acabaram no momento em que aceitamos fazer (o retorno). Tivemos muitos anos para pensar e perceber que não existia nada que não pudesse ser perdoado”, resume o baixista.
Ventos ancestrais
Depois da saída de Matos, Confessori e Luis do Angra, em 2000, os três se juntaram a Hugo, culminando no nascimento do Shaman. O disco de estreia, “Ritual”, rendeu turnês no país e no exterior e colocou a música “Fairy Tale” na trilha sonora da novela “O Beijo do Vampiro” (2002), da Globo. No ano seguinte, o Shaman cunhou um álbum ao vivo, “RituAlive” (2003), com participações de nomes como o violinista mineiro Marcus Viana, e os alemães Andi Deris (vocais) e Michael Weikath (guitarra), do Helloween, e Tobias Sammet, do Edguy e do Avantasia. Em 2005, veio o derradeiro álbum, “Reason”, representando o fim de uma era.
Marchando para o amanhã
Com o passar do tempo, uma dúvida pairou no ar: até onde o Shaman poderia ter chegado se não houvesse tido a separação? “Acho que a banda poderia ter crescido muito internacionalmente. Estivemos duas vezes na Europa. E a segunda vez em que fomos para lá tinha sido muito boa, principalmente na França. O natural seria ter esse trabalho desenvolvido em um terceiro álbum”, opina o baixista Luis Mariutti.
Agora, com essa celebração, uma nova incógnita vem à tona: o que o futuro lhes reserva? “Ainda é cedo. Fizemos cinco shows (São Paulo, duas vezes, Manaus, Fortaleza e Recife). Na minha cabeça, eu gostaria de fazer muito mais do que oito shows, que é o que está marcado até agora. Mas, se outros concertos se concretizarem, teremos muito mais tempo juntos para amadurecer o futuro da banda”, afirma Luiz.
Agenda
O quê
Shaman.
Onde
City Hall (av. Tereza Cristina, 179, Prado).
Quando
Sábado (1), às 22h (show da Taverna, às 20h50).
Quanto
De R$ 100 a R$ 260 / Promoção: Dois camarotes open bar: R$ 440.