Tecido

Uma pequena história da estampa: do Antigo Egito aos dias atuais

Depois de viver um período de popularização na década de 70, o print está de volta com toda a força e tem tudo para se tornar uma das grandes tendências da próxima temporada

Por Natália d´Ornellas
Publicado em 04 de julho de 2008 | 22:12
 
 
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Privilégio dos bem nascidos, no início dos tempos, a estamparia é um componente importante e permanente do fashion, embora enfrente correntes ora apocalípticas, ora integradas, como a que se vê no horizonte próximo da moda brasileira com a chegada de um verão pleno em desenhos. Segundo a mestra em Moda, Cultura e Arte pelo Senac, Juliana Amaranta num conceito mais genérico a estampa é tão contemporânea quanto a roupa e surge desde que os panos começaram a ser amarrados ao corpo. "Isso vem desde o Egito antigo, há séculos. Naquele momento era feita de forma artesanal e por isso era cara", contextualiza.

A grande difusão das padronagens no entanto é um advento dos tempos modernos e começa no século 19, a partir da revolução industrial. "A popularização e conseqüente massificação vem nos anos 1970 quando elas vêem mais loucas, coloridas e passam a ser usadas com mais gosto. Até então as pessoas se vestiam mais discretamente.

Com a revolução jovem, a roupa fica mais divertida, mais ousada, esclarece. É também nos 1970 e 1980 que Juliana localiza uma espécie de ranço que por muito tempo acompanhou o print: "Como ficou mais barato e caiu no gosto popular, pode ter ficado digamos assim mais cafona".

Japoneses. Os japoneses, adeptos do Fruit, são alguns dos maiores responsáveis por retirar as estampas do limbo. Diante da influência recente do Ocidente e com um interesse grande por individualidade, eles são os precursores da grande brincadeira de mixar padronagens. "Parece absurdo, mas quando você vê, o que poderia ser tragédia estética, fica bacana e faz sentido.

Você encontra individualidade naqueles looks", complementa Juliana. Vem daí a estética "mix and match" que nada mais é que a possibilidade de usar a moda como instrumento de construção de identidade pessoal: "Mostra que você não leva a moda tão a sério, subverte tudo. É usar algo que teoricamente não combinaria", finaliza.

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