Heavy metal

Mais uma pérola do mestre do terror

King Diamond lança Songs for the Dead Live, seu mais novo petardo ao vivo

Por Thiago Prata
Publicado em 11 de fevereiro de 2019 | 10:00
 
 
 
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Seja como frontman do renomado grupo de heavy metal Mercyful Fate ou cimentando uma prolífica trajetória com sua carreira solo, o dinamarquês King Diamond sempre se mostrou ávido em aliar o lado teatral à música pesada e cheia de melodia que impera em sua discografia. Ao adicionar letras de terror à fórmula, forjou, ao longo dos anos, obras irretocáveis, tais como “Them” (1988) e “Conspiracy” (1989), e propiciou shows antológicos a seus súditos. Dois desses concertos estão agora imortalizados em “Songs For the Dead Live”, lançado em blu-ray, DVD, CD, vinil e em caixas especiais com outros atrativos. E, diga-se de passagem, trata-se de mais obra-prima do rei.

O conteúdo traz um show no The Fillmore, na Filadélfia, nos Estados Unidos, no dia 25 de novembro de 2015, e outro no festival Graspop Metal Meeting, em Dessel, na Bélgica, em 17 de junho de 2016. O setlist é o mesmo para as duas ocasiões, tendo como prato principal a execução na íntegra de “Abigail” (1987), segundo disco solo de King Diamond e primeiro totalmente conceitual dele (o anterior, “Fatal Portrait”, de 1986, até trazia uma história em cinco faixas, mas as outras quatro abordavam outros temas).

Antes de o espectador ser consumido pela atmosfera sinistra de “Abigail”, King e sua banda destilam músicas de outros momentos de sua carreira, como as magistrais “Welcome Home” (de “Them”), “Sleepless Nights” (de “Conspiracy”) e “Eye of the Witch” (de “The Eye”, lançado em 1990).

Embora tenha o público nas mãos, graças à sua potência e versatilidade vocal, além de, obviamente, seu lado teatral, King não é a única estrela a brilhar. A banda formada pelos guitarristas Andy LaRocque e Mike Wead, o baixista Pontus Egberg e o baterista Matt Thompson esbanjam técnica e competência sobre o palco. La Rocque, inclusive, é um capítulo à parte.

Mesmo não tendo a mesma energia que os demais instrumentistas, o fiel escudeiro de King é a imagem da maestria nas seis cordas. Se houvesse justiça no mundo da música, ele mereceria um reconhecimento similar ao de outros guitarristas, como Adrian Smith (Iron Maiden) e Glenn Tipton (Judas Priest), só para citar alguns. Porque, em termos de técnica e feeling, não deve nada a nenhum deles. Riffs e solos em canções como “Halloween” (de “Fatal Portrait”) confirmam e atestam isso.

O passado com o Mercyful Fate também não foi esquecido, com a inclusão de “Melissa” (do álbum de mesmo nome, lançado em 1983) e “Come to the Sabbath” (de “Don’t Break the Oath”, de 1984), seguida pela “vinheta” de “Them” (de “Them”). Os últimos acordes antes de “Abigail” ser tocado de cabo a rabo.

Após a intro “Funeral”, emergem oito petardos. Mesmo que todas as faixas sejam consideradas hinos na carreira de King, é impossível não destacar a trinca “Arrival”, “A Mansion in Darkness” e “The Family Ghost”, além da faixa-título e “Black Horsemen”, duas com forte apelo teatral, incluindo a presença de uma “possessa” Abigail e um “padre”.

Ao fim da apresentação, aplausos efusivos e gritos dos fãs, muitos deles caracterizados à la King Diamond, com direito a maquiagem similar à do ídolo. Nada mais justo para este senhor, atualmente com 62 anos, que ainda causa espanto, tanto por suas histórias de terror, quanto pelos “sustos de alegria” que desperta em seu público. Vida longa ao rei!

 

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