Artes Cênicas

Montagem 'SHARING: The Night' tem estreia neste sábado

Peça teatral encenada no Palacete Dantas foi estruturada adequando as regras e os procedimentos de segurança à proposta estética do projeto

Por Alex Ferreira
Publicado em 06 de fevereiro de 2021 | 17:19
 
 
 
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Hóspedes em um casarão soturno, um grupo de pessoas se depara com acontecimentos misteriosos e inusitados que fazem de sua noite um verdadeiro acontecimento sombrio. É assim, com um quê de suspense hitchcockiano, que "SHARING: The Night", espetáculo da turma de formandos da Escola de Teatro do Cefart, busca cativar o público.  Conduzida em um clima de thriller enigmático e eletrizante, a peça estreia neste sábado, com apresentação ao vivo direto do Palacete Dantas e transmissão via streaming pelo canal do Youtube da Fundação Clóvis Salgado. Depois, as sessões seguem em temporada até o dia 14 de fevereiro, sempre às 21h. 

Com direção de Júlio Vianna, a montagem – que marca a formatura dos alunos do curso técnico de teatro do turno da manhã da fundação – se inspirou nos gêneros do mistério e do suspense presentes em obras clássicas da literatura e do cinema – particularmente no livro “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen, e no filme “Janela Indiscreta”, de Alfred Hitchcock.  "A gente mergulhou nas obras de forma coletiva para tentar replicar no palco aquelas referências. Achamos necessário mergulhar no ambiente da literatura e do cinema para que a transposição tivesse o efeito que a gente queria. Acho que conseguimos", explica Vianna sobre a concepção do espetáculo. 

Ele conta também que investiu em uma atmosfera de inquietação constante durante os ensaios para trazer os atores para dentro do clima da história. “Eu resolvi colocar o elenco nesse estado de tensão, de não entender completamente todas as dinâmicas e propostas. Só aos poucos fui revelando os detalhes e tudo que tinha em mente", menciona o diretor. Para Vianna, isso criou o clima ideal para a condução da trama. "No enredo, todos os personagens são passíveis de serem culpados, inocentes ou vítimas. Então essa aposta na ambivalência deixou os atores interessados no trabalho o tempo todo”, complementa.

Bebendo em elementos culturais diferentes, o nome do espetáculo foi extraído da canção “Sharing The Night Together”, da banda sessentista norte-americana Dr. Hook. "Eu queria um título que definisse não só o texto da peça, mas o momento que a gente vive no mundo. Por isso escolhi essa música, pois a letra dela ela pode ser usada não só dentro do contexto da história ('sharing the night', ou dividindo a noite, em tradução livre), mas também serve de referência para nós, atores e realizadores do espetáculo, que estamos dividindo com o público, através da internet, nosso trabalho. Acho que ela se encaixou perfeitamente", destaca Vianna.

Segundo Vianna, outro ponto forte da montagem é justamente a aposta que o grupo fez na tecnologia, que permite que a montagem chegue às pessoas onde quer que elas estejam assistindo à peça. “Embora tenha sido o espetáculo mais difícil que já fiz, eu aprendi muito durante todo o processo. Quebramos a cabeça para repensar as cenas e ensaiar por meio de videoconferências. Mas no fim aprendemos que é possível criar no meio do caos", finaliza o diretor.

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