Morreu, aos 83 anos, o crítico de cinema e agitador cultural paraibano Willis Leal. Criador da "Hollywood nordestina", em Cabaceiras, onde foi filmado o Auto da Compadecida, entre outros filmes, Willis deixa algumas obras fundamentais sobre o cinema do seu Estado. Entre elas os dois volumes de Cinema Paraibano e o pequeno porém influente livro Introdução ao Cinema Nordestino, prefaciado por Jean-Claude Bernardet. |
Esta pequena obra tem uma história interessante. Willis a escreveu e mandou os originais para Jean-Claude. Rigoroso e implacável, Bernardet a leu e mandou a Willis uma extensa carta, reconhecendo a importância do livro, porém fazendo uma série de reparos. Inteligente e permeável a críticas, Willis não se deu por achado e transformou a carta no prefácio ao livro. |
Willis foi uma figura importantíssima na vida cultural paraibana Jornalista, crítico de cinema e escritor, era figura ligada ao cineclubismo e ao turismo da cidade. No dizer do jornalista Sílvio Osias, do Jornal da Paraíba, "A Academia Paraibana de Cinema" não existiria sem Willis. |
De espírito sempre jovem, Willis era figura incontornável nos debates do Fest Cine Aruanda. Era polêmico, incisivo, com ideias muito bem fundamentadas. |
Tivemos o prazer de tê-lo como cicerone em visita à Roliúde Nordestina, em Cabaceiras, onde saboreamos uma boa carne de bode em sua companhia. Willis entendia de bodes e de filmes. E de muitas outras coisas também. Era arraigado a seu Estado, porém com alma profundamente universal. Um prazer conversar com ele. Fará muita falta à cultura brasileira e nordestina, em particular. |
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