Luto

Morre o pianista Nelson Freire, aos 77 anos

Mineiro de Boa Esperança, pianista sofreu concussão cerebral após queda em sua casa, no Rio de Janeiro

Por Jessica Almeida
Publicado em 01 de novembro de 2021 | 09:17
 
 
 
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O pianista brasileiro Nelson Freire morreu na madrugada desta segunda (1º). A notícia foi confirmada ao jornal "O Estado de S.Paulo" pela empresária do músico. Freire era mineiro de Boa Esperança, no Sul do Estado, e tinha 77 anos. Maior pianista do país, foi o único brasileiro incluído na série “Great Pianists of the 20th Century” (Grandes pianistas do século XX), coletânea de cem volumes com gravações de 72 pianistas lançada mundialmente. Nelson sofreu uma concussão cerebral após queda em casa, no Rio.

O pianista precisou se afastar dos palcos em 2019, após sofrer um acidente durante uma caminhada e precisou passar por cirurgias para corrigir uma fratura no ombro direito. Ele retornaria aos palcos em 2020, mas se manteve afastado por conta da pandemia. Há dois meses, ele cancelou sua participação como jurado do Concurso Chopin de Varsóvia.

Percurso musical
A trajetória como pianista começou precocemente aos 3 anos de idade. Àquela altura, surpreendeu a família ao tocar de memória, peças que haviam sido executadas pela sua irmã mais velha, Nelma.

Procurando investir no talento do menino, a família se mudou com ele para o Rio de Janeiro. Em 1957, aos 12 anos, foi finalista e sétimo colocado do Primeiro Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro, interpretando Beethoven para um júri renomado. Como prêmio por sua participação, outro mineiro apaixonado por música, Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil na ocasião, ofereceu ao jovem uma bolsa de estudos para se aperfeiçoar na Europa.

Aos 19 anos, Nelson conquistou o primeiro lugar no Concurso Internacional Vianna da Motta, em Lisboa. Cinco anos depois, estreou com a Orquestra Filarmônica de Nova York. Ao fim de sua apresentação, a revista Time o qualificou como “um dos maiores pianistas desta ou de qualquer outra geração”.

Nelson Freire ainda morava no Rio de Janeiro e era carinhosamente conhecido como “artista do mundo”. Colecionava trabalhos de sucesso, e se apresentou em pelo menos 70 países, ganhando admiradores por onde passou.

 

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