No Dia Nacional do Samba, Giselle Couto lança seu segundo disco de carreira

Foi logo após o lançamento de seu primeiro disco - um EP independente, apresentado em 2016 - que o produtor Fabricio Galvani instigou a cantora Giselle Couto a já ir pensando em um disco 'cheio' - com mais faixas. Semente plantada, vieram os tradicionais processos de escolha de repertório e de parceiros, entrada no estúdio para gravação.

Concluído,  o disco tinha previsão inicial de lançamento para o primeiro semestre deste ano. Mas veio a pandemia. "Então, preferimos dar um tempo, mesmo porque, naquele momento não tínhamos respostas, perspectivas de como as coisas ficariam, se seria uma boa hora ou não. Aguardamos um pouco, mas, agora, a gente entendeu que chegou a hora de o disco vir ao mundo", diz a moça, que nesta quarta-feira, dia 2 de dezembro - portanto, Dia Nacional do Samba -, apresenta o repertório de  “Natureza” no seu canal no YouTube (http://Youtube.com/gisellecouto), a partir das 20h.

O álbum de inéditas reverencia a ancestralidade, elementos naturais, e claro, o próprio samba. A Thiago Delegado coube a incumbência de se responsabilizar pelos arranjos  e pela direção musical. A seleção do repertório foi feita de modo muito orgânico, conta Giselle. "Eu tinha uma composição minha, que se chama Linha das Águas, que não entrou no EP. Agora,  foi exatamente ela que foi norteando as minhas escolhas para o trabalho. Mas acho que o maior crivo foi uma questão pessoal, uma busca interior muito forte e uma decisão mesmo de entrar para dentro de mim, de me conhecer, reafirmar valores, buscar o que é verdadeiro. E aí vem essa história da natureza, que é permeada de ancestralidade e de coisas naturais do ser humano, aí vem todo esse mote. Então, a linha condutora é essa, a busca por mim mesma, me conhecer verdadeiramente, reafirmar meus valores, minha história familiar, minha ancestralidade".

O álbum mostra faixas de tarimbados sambistas brasileiros, como Toninho Geraes e Moyseis Marques, além de expoentes da nova geração, como Marina Sena (Rosa Neon) e Clara Delgado.  "Última Chamada", por exemplo, é uma parceria de Marcio Borges e Thiago Delegado. "É uma faixa muito importante para nós todos, para toda a equipe do disco. Mas para mim é ainda mais especial, porque digo que é um presente que estou dando a meus ancestrais, meus guias e orixás. Sinto uma energia muito forte e muito bonita nessa canção, e muita gratidão também. É a minha fé. Ah, e não posso deixar de falar da participação especialíssima do (Sergio) Pererê (nela)".

Outra canção sobre a qula ela se detém é "Paixão é Maré", "dos meus queridos Toninho Gerais e Chico Alves". "Foi um presente que me deram, de acolher esse disco, de mandar essa canção. Um samba que me emociona muito, daqueles que a gente escuta uma vez, bate na veia, arrepia. É uma faixa que eu gosto bastante, acho que ficou muito bonita no disco", avalia.

Tempos pandêmicos. Questionada sobre a pandemia, Giselle Couto reconhece que não tem sido um período fácil. "É uma situação desafiadora do início até então. Além do isolamento, que tem sido muito difícil, eu tive que me dedicar a algumas questões importantes, pessoais. Neste exato momento, a gente percebe que as pessoas estão sentindo uma falta de paciência, que eu que é normal. Mas precisamos resistir um pouco mais, manter o distanciamento, se cuidar, cuidar da nossa família... E ser otimista quanto à vacina e quanto a uma melhora, um reflexo positivo que a vacina pode trazer. Que isso aconteça muito em breve", torce, frisando ser uma pessoa otimista. "Enfrentei muitas dificuldades e muitos desafios em vários aspectos durante a pandemia, mas sou otimista. Acho que houve mudanças muito significativas para mim, internamente, no convívio com a minha família, com a minha equipe de trabalho, efetivamente no meu próprio trabalho. E acredito que, daqui a um tempo, quando a gente puder ter as respostas do que tem acontecido e até mesmo as respostas efetivas, como a vacina e tudo mais, acho que a vida normal vai voltar diferente, sim, mas vai voltar muito melhor". Oxalá.

Em tempo: A banda base foi formada pelos violões de Thiago Delegado; a bateria de Ramon Braga, Robson Batata nas percussões, contrabaixo por Aloízio Horta, Dudu Braga no cavaco, Leonardo Brasilino no trombone, Juventino Dias no trompete e Tiago Ramos no sax alto.

Coro: Giselle Couto, Bruno Brenha, Chritiane Cordeiro, Kelly Kelinda, Thiago Delegado e Vinicius Ribeiro

Sobre Giselle

Giselle Couto iniciou sua trajetória musical na região dos Inconfidentes onde graduou-se em música pela Universidade Federal de Ouro Preto. Porém, muito antes disso, já era figura querida dos palcos e bares das Gerais. Sua carreira no samba começa em 2002, com o grupo Samba na Ladeira em Ouro Preto. Em 2013, foi uma das residentes do Samba da Madrugada em Belo Horizonte. 

Atualmente mantém trabalhos com o grupo de samba e choro Flor de Abacate, integra o projeto de samba autoral mineiro Samba da Criação e o bloco Bebadosamba, uma homenagem de carnaval a Paulinho da Viola.  Além disso, é a anfitriã da Central do Samba, uma iniciativa mensal que produz encontros dos mais variados sambistas.

 Giselle Couto - Natureza -  Faixas 

1.    "Pede pra sair" (Moyseis Marques e João Callado)

2.    "Paixão e Maré" (Toninho Geraes e Chico Alves)

3.    "Natureza" (Roberto Moreno)

4.    "Colher de Chá" (Marina Sena)

5.    "Linha das Águas" (Giselle Couto e Tino Fernandes)

6.    "Última Chamada" feat.Sérgio Pererê (Márcio Borges e Thiago Delegado)

7.    "A luz de um novo dia" (Thiago Delegado e Clara Delgado)

8.    "Detalhes Guardados" (Thiago Delegado e Clara Delgado)

9.    "Sou o samba" (Thiago Miranda e Roger Resende)

Serviço: Gisele Coulo   lançamento do CD Natureza  

Data: 2 de dezembro, quarta-feira

Horário: 20h

Youtube.com/gisellecouto

Classificação etária: livre.