Música

Projota lança álbum autobiográfico e celebra suas vivências pessoais

Com oito canções autorais, 'Tributo aos Sonhadores I' vai do romance à crítica social

Por Renato Lombardi
Publicado em 07 de maio de 2019 | 03:00
 
 
 
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Projota, de 33 anos, orgulha-se da trajetória profissional que construiu. “Eu sou muito feliz, me sinto extremamente abençoado. Gostaria de estar exatamente aqui, agora. Eu não tenho nenhum arrependimento ou alguma angústia”, garante o rapper paulistano, que ganhou projeção no cenário musical por meio do YouTube. "Viver de música é o grande sonho da minha vida, e eu fui muito além disso. Só agradeço a Deus, que me deu a oportunidade de viver esse sonho; eu acho que vivo um sonho”, afirma ele, que hoje é considerado um dos grandes nomes do rap nacional. O caminho até essa conquista ele resolveu contar e celebrar em 'Tributo aos Sonhadores I', terceiro álbum de sua carreira, que acaba de ser lançado nas plataformas digitais.

O novo disco de Projota traz oito canções inéditas e chega dez anos após o lançamento do seu primeiro EP, 'Carta aos Meus'. Nas novas letras, que vão do romance à crítica social, o rapper canta sobre sua vida e experiências pessoais de uma maneira mais intensa. “O meu trabalho é muito autobiográfico. Mas eu acho que esse álbum é mais profundo nesse sentido”, explica. Segundo ele, isso aconteceu de uma maneira natural. “Eu acho que talvez o motivo disso seja o fato de eu estar produzindo o disco. Há algum tempo eu não fazia isso. Eu produzia as minhas mixtapes, de forma independente”, relembra ele.

“Eu sentia vontade fazer esse disco, de arregaçar as mangas e colocar a mão na massa, de fato. Eu tenho um estúdio em casa, descia para lá toda manhã e passava o dia inteiro trancado fazendo música, me reinventando, buscando novas levadas, novas batidas, novas possibilidades. E aí o disco acabou saindo ‘mais eu mesmo’, acabou ficando mais profundo”, completa.

'Tributo aos Sonhadores I' começa com 'Celta Vermelho', música explicitamente autobiográfica. Na letra, Projota fala da chegada dos pais a São Paulo (antes de seu nascimento), da infância e da primeira conquista que teve após o sucesso: um Celta vermelho. Nos versos, ele canta: “Porque hoje eu tenho tudo eu sonhei, até um carro novo pro meu pai eu dei/ Mas eu já me senti vencedor quando um dia eu comprei/ Um Celta vermelho, sem ar e sem direção/ Em 60 vezes, paguei cada prestação/ E eu me senti vivo, o mundo na minha mão/ Hoje eu tô voando, mas eu sei bem onde é o chão”.

Segundo o rapper, a inspiração para a canção veio após ter recebido muitas perguntas sobre quando ele teve certeza de que a carreira na música teria dado certo. “Eu sempre falo: ‘Esse momento foi quando eu comprei o meu Celtinha’. Porque é a verdade. Quando eu comprei o meu primeiro carro foi quando eu senti que tinha dado certo o meu trabalho, eu senti que realmente tinha conseguido transformar o meu sonho em realização, pude ajudar minha família”, conta Projota, que diz que a letra também é uma homenagem ao carro que ele adquiriu quando tinha 25 anos.

Para a celebração ficar completa, o rapper reuniu a família no clipe de 'Celta Vermelho'. “Esse clipe me deu a oportunidade de mostrar a representatividade da minha família: meu pai, minha avó e meu irmão, que são na verdade a minha tríade, que são três pessoas que estiveram ao meu lado em todos os momentos da minha vida, em todas as dificuldades e com certeza em todas as alegrias, porque a gente passa tudo junto”, orgulha-se o artista. Veja o clipe:

Para ele, o disco passa para os fãs a mensagem de que sonhar vale a pena: “Valeu a pena para mim, e eu tenho certeza que vai valer a pena na vida deles também. Esse disco é para os sonhadores, sonhadores como eu, sonhadores como meus fãs”.

Além de 'Celta Vermelho', o álbum 'Tributo aos Sonhadores I' traz mais sete canções autorais: 'Sei Lá' (com participação do rapper Vitão); 'Perto do Céu'; 'Disco Voador'; 'Fora da Lei' (parceria com Coruja BC1 e Muzzike); 'Déjà Vu' (participação de Luccas Carlos); 'Numa Esquina do Universo'; e 'Mais uma Briga no Bar'.

Projota revela que a ideia inicial era fazer um álbum maior. "Eu tenho 20 músicas na mão, e a gente está selecionando o que vai entrar na parte II. A minha vontade era pegar e soltar 18 músicas de uma vez. Pensei muito em torno disso e preferi dividir o projeto. Acaba sendo a melhor escolha. Apenas dividi, mas é um projeto grande”, diz o artista, que garante que a segunda parte do “Tributo aos Sonhadores” deve ser lançada ainda neste ano.

Internet deu destaque à carreira do rapper

Projota faz parte da safra de artistas que despontaram nos últimos anos e que fazem sucesso no cenário musical do Brasil. Esse movimento recente, que tem dado destaque a novas caras, ele define como “fantástico”. “Eu acho que eu mesmo devo tudo à internet. Se não fosse a internet, eu não estaria aqui, agora, porque o rap não tinha essa visibilidade nem a atenção da mídia que a gente julgava ser merecida. A internet deu a oportunidade de mostrarmos a nossa força, de crescermos sozinhos, de mostrar que tinha muita gente que curtia esse som. E aí a gente foi conseguindo entrar, entrando de pouquinho em pouquinho”, avalia o rapper.

“Eu tenho certeza que cada vez mais vai ser assim, ninguém vai precisar mais aceitar o que é enfiado goela abaixo. As pessoas escolhem o que elas querem ouvir, e isso dá força para que todo mundo tenha a oportunidade de conquistar o seu espaço”, afirma.

Isso permite a Projota sonhar ainda mais: novas parcerias musicais. “Tenho muita vontade de fazer música com o Seu Jorge, com a Maria Rita, com o Nando Reis… nossa, muita gente”. E nos planos há também o novo show, que, segundo ele, terá visual e detalhes novos. “Com certeza a gente vai pra BH”, garante ele.

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