Entrevista à Record

Raul Gazolla recorda morte de Daniella Perez e diz que sempre quis Pádua vivo

A gente não quer fazer a mesma coisa que ele fez. Se não tem a justiça do homem, tem a divina, completa o ator

Por Folhapress
Publicado em 02 de março de 2021 | 18:12
 
 
 
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O ator Raul Gazolla, 65, diz que sempre preferiu que o ator Guilherme de Pádua, 51, ficasse vivo para poder contar o que sabia. Pádua ficou preso sete anos pelo assassinato da atriz e bailarina Daniella Perez, mulher de Gazolla no ano em que morreu, em 1992.

Em entrevista à repórter Livia Mendonça, que vai ao ar no "A Noite É Nossa" (Record) desta quarta-feira (3), às 22h45, Gazolla revela que em certo momento surgiu a possibilidade de Pádua ser morto, mas que ele não deixou que isso acontecesse.

"Um conhecido me chamou e falou: 'Gazolla, a gente vai dar cabo do cara (que matou a Daniella Perez). Eu falei: 'Não, eu não quero Ele precisa viver porque tem muita coisa para contar'. E ele está aí, graças à Glória e a mim", conta ele. "A gente não quer fazer a mesma coisa que ele fez. Se não tem a justiça do homem, tem a divina", completa.

Na entrevista, Gazolla lembra que conheceu a filha de Glória Perez nos bastidores da novela "Kananga do Japão", exibida pela TV Manchete em 1989. "A primeira vez que eu olhei a Dani, pensei: 'Eu já sonhei com essa menina'. Foi uma coisa incrível. Eu nunca a tinha visto, mas sabia que ela já fazia parte da minha vida", rememora o ator que na época tinha 33 anos, e ela, 19.

A atriz foi morta em um matagal da cidade do Rio de Janeiro ao ser apunhalada pelo ator Guilherme de Pádua e a esposa dele na ocasião. "Na delegacia, eu pensei que ela tinha sido sequestrada. Liguei para a Glória e falei que haviam encontrado o carro, mas nada da Dani. Foi muito difícil", desabafa Gazolla.

"Eu me lembro que estava no velório e que não tinha forças para nada. Eu estava há 24 horas sem comer nem dormir. Eu nem sabia como ela tinha sido assassinada porque não me deixavam ver televisão. Fiquei doido", comenta.

Pastor evangélico desde 2017, Pádua se converteu à religião em 2002, anos depois de sair da prisão em que cumpria pena pelo assassinato da atriz Daniella Perez. Ele está solto há cerca de 20 anos.

No programa desta quarta, a novelista Glória Perez, fará uma homenagem a Gazolla na reportagem.

Na conversa com a equipe do "A Noite É Nossa", Gazolla também relembra o período em que trabalhou como modelo na Europa, quando tinha pouco mais de 20 anos de idade. "Teve uma fase em que eu só tomava café da manhã. Foram oito dias tomando só café da manhã até cair uma grana", conta ele, cuja carreira no Brasil começou por acaso. "Um colega me chamou para fazer um desfile, e eu falei: 'Meu irmão, pelo amor de Deus, eu não sei nem andar direito. Eu pareço um malandro, faço capoeira!' Mas, daí, ele me disse: 'Você vai desfilar quatro roupas e vai ganhar R$ 1 mil!' Aí, eu topei na hora! 250 por roupa? Nem pensei!"

Já como ator, Gazolla fala de uma situação que vivenciou ao lado da amiga, a também atriz Claudia Raia, nos bastidores do musical "A Chorus Line". "Nós ensaiávamos de 9h da manhã até as 20h. E eu me lembro que a Claudia vomitava. Ela se esquecia, comia bem no almoço e, aí, na hora de fazer a coreografia, passava mal."

A questão da saúde também é tema da entrevista, uma vez que o ator já sofreu quatro infartos. Embora mantenha uma vida saudável - não come carne vermelha, não fuma e nem bebe -, os médicos o avisaram que seus infartos têm duas razões: é hereditário e resultados de estresse. "Depois do segundo, eu aprendi a identificar na hora quando estou tendo um infarto e voo para o hospital."

No palco do programa, ao vivo, o "A Noite É Nossa" recebe ainda a ex-peoa Luiza Ambiel. Ela vai participar do quadro Bola Fora: para ganhar o prêmio de R$ 50 mil, ela terá de falar sobre polêmicas da vida pessoal e também de sua carreira profissional.

Outra atração no palco é oTarcísio do Acordeon. Por causa do enorme sucesso, ele passou a ser chamado de Marília Mendonça do forró.

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