Um disco de um homem banda. Isso mesmo. É assim que Rodrigo Suricato se assume agora nos palcos, inspirado nos músicos de rua no início do século XIX. A nova faceta de sua carreira é fruto de uma pesquisa que consumiu nada menos que cinco anos, mas que se revelou, mais que um desafio, fruto de uma busca interna e espiritual. "Tenho muita curiosidade sobre o aprimoramento humano, o das habilidades, o da personalidade. E a arte é uma das minhas habilidades. Cuidar de mim, pois, acaba melhorando a minha relação com os outros e com o mundo". Não que algo o incomodasse no formato "banda tradicional". "Diria que é apenas uma outra forma de expressar a mesma música, minha música. Dei um tempo por conta de outros interesses musicais e pelo fato de não partilhar meu melhor com quem não tenho afinidade. Não dá para ser prisioneiro dentro da minha própria casa", diz ele.
Tomada a decisão, Rodrigo partiu para tentar criar um show potente para um cara só no palco, "com pressão sonora de banda e intimidade, evitando a caracterização circense dos músicos de rua nesse formato". "Deixei de lado o estereótipo bucólico folk do meu segundo disco. A pessoa pode até não gostar do que faço, mas dificilmente esquecerá a performance", acredita. "Importante dizer que não se trata do meu show reduzido, pois nunca estive tão inteiro no palco", salienta.
Vale dizer que nas plataformas digitais, pela Universal Music, já é possível apreciar o repertório do primeiro de dois EPs, contendo também três faixas inéditas e releituras inusitadas, como as de “Olhos Castanhos” (Luísa Sonza), “Nosso Estranho Amor”(Caetano Veloso) e “Purple Rain”(Prince). "Prince é um dos meus maiores ídolos. Um artista completo. Fiz uma versão moderna para sua inesquecível Purple Rain usando uma MPC. É o momento mais futurista do show", explica. "Pena que não danço como ele", brinca.
Já sobre "Como Nossos Pais" e "Nosso Estranho Amor", pérolas da MPB, Suricato conta que fez uma abordagem blues em sua leitura. "Me senti mais à vontade. E me emocionam bastante. Meu papel como intérprete é sentir que essas canções são minhas enquanto canto", especifica.
Ouça aqui ‘one man band’
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