A jornalista Sonia Abrão foi inocentada em primeira instância no processo aberto na Justiça por Evelyn Aparecida Calixto. A autora da ação pedia uma indenização de 500 salários mínimos vigentes em 2017 por danos morais e outros 100 salários mínimos por danos materiais por ter sido citada na biografia do ex-Polegar Rafael Ilha, escrito pela apresentadora da RedeTV!. As informações são do site Notícias da TV.
Evelyn alega não ter autorizado o uso de seu nome e imagem na obra “As Pedras do Meu Caminho”, lançada em 2015. No livro, ela aparece ao lado de Rafael Ilha sofrendo uma overdose. O juiz Dimitrios Zarvos Varellis, da 11ª Vara Cível do Fórum Central de São Paulo, considerou a ação improcedente. Cabe recurso.
Segundo o Notícias da TV, que teve acesso à decisão, o juiz entendeu que não existia razão para a autora ser indenizada por danos morais, uma vez que ela aparece na fotografia como mera coadjuvante. Varellis ainda ressaltou que Sonia apenas escreveu os fatos narrados por Ilha e não maculou a honra da autora da ação.
"No capítulo em questão, foram expostos os riscos de morte a que se submeteu o réu pelo uso de drogas ilícitas à época dos fatos, quando sofreu nove overdoses e quatro paradas cardíacas. No contexto da situação de risco, naturalmente chamou maior atenção a situação vivida pelo réu no final do mês de dezembro de de 1993, uma vez que, de suas auto referidas nove overdoses, a única que veio a público foi aquela retratada na fotografia, em que também aparece a requerente (Evelyn)", diz a decisão.
"A ré Sonia Maria de Souza Abrão agiu corretamente narrando os fatos relativos a este particular incidente de grande repercussão na vida do réu Rafael Ilha Alves Pereira, pois, após apresentar a versão do biografado, tomou o cuidado de inserir no livro também outra versão apresentada por Rogério Soares, o autor da fotografia", defende o juiz.
A história da foto da overdose
No livro, o fotógrafo Rogério Soares revela que o jornal “Folha de S.Paulo” foi avisado sobre Ilha. "Nós recebemos uma ligação no jornal, de um vizinho da Evelyn dizendo que Rafael estava na casa dela, drogado, muito alterado e fazendo escândalo. Me mandaram pra lá com uma repórter, e quando chegamos, ele já estava inconsciente, e Evelyn gritava por socorro. Foi nesse momento que eu tirei a foto enquanto minha colega chamava uma ambulância", contou.
O magistrado também isentou Rafael Ilha de ter causado danos morais a Evelyn. Pela ação de danos materiais, ela não apresentou qualquer prova sobre ter sofrido alguma perda financeira desde a publicação da biografia. Evelyn, que não foi localizada pela reportagem para comentar a decisão, ainda terá que arcar com os custos dos honorários advocatícios de Sonia Abrão e Rafael Ilha.