Foram quatro anos e meio viajando por diversas cidades do Brasil. Nesse período, a turnê “Tardezinha”, de Thiaguinho, foi vista por quase um milhão de pessoas. Após tanto sucesso, o encerramento também teria que ser algo grandioso, para marcar a carreira do cantor. A ideia: fazer o último show no Maracanã e gravá-lo, o que aconteceu no dia 15 de dezembro de 2019. O registro deu origem a um álbum, “Tardezinha no Maraca”, com 20 faixas, e também a uma série documental no Globoplay, que serão lançados nesta quinta-feira (15).
Em quatro episódios, a produção, que também recebeu o nome de “Tardezinha”, vai mostrar desde a concepção do projeto até a última apresentação no Rio de Janeiro, que foi assistida por mais de 40 mil pessoas. “Estou hiperfeliz por poder mostrar, não só o dia fantástico, que foi o Maracanã (último show da turnê) e a gravação desse álbum que coroa o projeto e a minha carreira, mas também por poder contar os bastidores da festa e como surgiu”, vibrou Thiaguinho.
“É algo muito grande, que foi além dos meus sonhos. Eu nunca imaginei fazer um show Maracanã, cantando músicas da minha carreira e de artistas que eu cresci ouvindo”, disse o pagodeiro, de 37 anos.
A série conta com depoimentos de profissionais e amigos que marcaram essa trajetória, como Alexandre Pires, Belo, Rodriguinho, Thiago Martins, Ferrugem, Péricles, Di Ferrero, Iza, Ludmilla, Tiago Abravanel, entre outros.
Para ele, a série documental é um registro de um momento importante da carreira, e que ele poderá relembrar no futuro. “Daqui 10, 20 anos, vou olhar esse documentário e relembrar esses momentos que as vezes a gente perde na memória. Acho legal mostrar os bastidores, coisas que aconteceram. Quem dera eu pudesse ter todas as minhas turnês registradas assim”, explicou Thiaguinho, que disse que já assistiu a série umas “quatro ou cinco vezes”. “Queria que tivesse mais episódios”, afirmou o pagodeiro, aos risos.
A turnê
O projeto “Tardezinha” foi idealizado por Thiaguinho e pelo ator Rafael Zulu, que é amigo do cantor. “Tudo começou quando eu estava participando do ‘PopStar’ (da Globo, em 2015), que ia ao ar todo domingo à noite, ao vivo. Com isso, eu não poderia fazer shows aos domingos. Conversei com o Zulu e pensamos em fazer um pagode aos domingos de tarde, que era o horário que eu tinha livre. Era para ser uma reunião de amigos aos domingos para cantar músicas nostálgicas e se tornou uma festa conhecida no país todo”, contou o pagodeiro.
Segundo Thiaguinho, o projeto, que inicialmente aconteceria só no Rio de Janeiro, foi crescendo tanto que eles resolveram colocar o pé na estrada. “No primeiro dia do ‘Tardezinha’, eu já senti a energia da galera de um jeito surreal, e o meu coração também bateu esse sucesso. As pessoas que iam aos shows comentavam e isso fez criar uma expectativa maior em torno do projeto”, detalhou ele.
“Naquele momento, eu pensei que ‘Tardezinha’ seria maior do que eu imaginava, mas não pensei que chegaria a esse tamanho. Foi uma surpresa ótima”, garantiu o cantor. Ao todo, foram 162 edições do “Tardezinha”, que aconteceram em 22 Estados do Brasil. Antes do encerramento no Maracanã, o projeto passou por outros estádios, como o Mineirão, em Belo Horizonte.
A comemoração do sucesso da turnê, que deu origem ao documentário no Globoplay, tem um sabor especial para o cantor, já que o repertório mexe com a memória afetiva dele, inclusive a infância. “É um projeto muito gostoso por também cantar músicas de outros artistas, que me fazem lembrar da época que eu era criança e sonhava em ser cantor; eu queria ser como aqueles caras”, disse ele, que citou Péricles, Belo e Alexandre Pires como exemplo. “Foi muito bacana poder receber alguns deles nas apresentações nesse período que foi muito feliz”, destacou ele.
‘Tardezinha no Maraca’
O álbum “Tardezinha no Maraca”, que será disponibilizado nas plataformas digitais nesta quinta-feira (15), traz 20 canções, entre elas as regravações “Cheia de Manias”, “Depois do Prazer”, ‘Que se Chama Amor’ e “Domingo”, entre outras.
Thiaguinho que revelou que nunca havia pensado em gravar um álbum no Maracanã, ainda mais em um show que durou seis horas. “Sou de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, e cresci em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Sempre tive sonho de cantar, gravar álbum, mas Deus me deu muito mais do que imaginei”, contou.
“Esse show no Maracanã representou muito pra mim, por ser o Maraca, local que eu vi grandes artistas se apresentando”, disse ele. “Na época que surgiu a ideia do show, mandei mensagem para Ivete Sangalo falando: ‘Posso fazer show no Maracanã?’ Se não for a maior artista feminina do nosso País, é uma das maiores da história. Queria que ela estivesse lá comigo. Infelizmente, não deu por questão de logística”, falou Thiaguinho, referindo-se à cantora baiana, que já gravou um DVD no estádio.
Ele, que aguarda ansioso o lançamento da série do álbum, está pensando em novos projetos para a carreira, e não descarta o retorno do “Tardezinha”: “Óbvio que existe a possibilidade de voltar, mas é cedo para falar sobre isso. Mas é gostoso saber que as pessoas têm essa saudade já agora, que nem acabou direito”.