A atriz britânica Tilda Swinton recebeu, nesta quarta-feira, o Leão de Ouro de Carreira na 77ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que será celebrado até o dia 12 de setembro. A láurea foi concedida também à diretora Ann Hui. "Ann Hui é uma das diretoras de cinema mais apreciadas, prolíficas e versáteis do continente asiático", reconheceu Alberto Barbera, diretor do evento, que também elogiou Tilda Swinton por "sua versatilidade fora do comum".
 
A ruiva britânica, de 59 anos, de rosto pálido eternamente jovem, que estreou no cinema em 1986 com o filme "Egomania", participou em quase 70 longas-metragens com vários diretores como Jim Jarmusch, Wes Anderson, Terry Gilliam, Danny Boyle... uma lista que revela sua inclinação para produções independentes, experimentais e arriscadas.
 
"Tilda Swinton é unanimemente reconhecida como uma das intérpretes mais originais e intensas", destacou Barbera, ao comentar "sua personalidade exigente e excêntrica" e "sua capacidade de passar do cinema de autor mais radical para as grandes produções de Hollywood, sem renunciar a sua inesgotável necessidade de dar vida a personagens inclassificáveis e pouco comuns", escreveu.
 
Ann Hui, por sua vez, é uma representante da nova onda do cinema de Hong Kong. Tem 73 anos. Conhecida por "The Song of Exile" (1990), confessou, à época em que soube que seu nome foi lembrado, sentir-se "sem palavras" com o prêmio, e desejou que "todo o mundo melhore logo, para que todos possam sentir-se felizes como me sinto agora" (em julho). A cineasta de Hong Kong, "foi uma das primeiras artistas a misturar material documental e cinema de ficção", e nunca abandonar "a visão do autor", pontuou Barbera. Ao longo de quase meio século, esteve particularmente interessada nos "assuntos humanos e sociais", como a vida dos imigrantes vietnamitas após a Guerra do Vietnã e foi "pioneira, por sua linguagem e estilo visual", lembrou o crítico.