Mundo literário

Vitrine para a literatura de Minas, 2ª edição da revista 'Chama' é lançada

Publicação será distribuída gratuitamente em evento literário que reúne, ainda, a feira de autores independentes Textura e o projeto Pensar Edição, Fazer Livro

Por Alex Bessas
Publicado em 07 de dezembro de 2019 | 03:00
 
 
 
normal

Guarda um quê de poesia o “subir Bahia, descer Floresta” do belo-horizontino. Como no sonoro adágio do compositor Rômulo Paes, eternizado em monumento, o passeio pela cidade – seja apressado ou descompromissado –, no encontro da rua com o bairro, respectivamente, é parte da memória da cidade. No percurso, há um pedaço de chão dedicado à literatura mineira: representados por estátuas de 1,70 m de altura e pesando cerca de 200 kg, Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava seguem uma prosa sem fim na praça do Encontro. Mas, ainda que recorrentemente lembrados e com justiça reverenciados, é preciso ir além desses chavões do ofício da escrita para se compreender toda a diversidade da literatura praticada no Estado hoje.

Se o leitor deseja iniciar um mergulho que dê em águas mais profundas desse manancial criativo, o primeiro passo pode ser dado neste sábado (7), a partir das 11h, quando a Usina de Cultura, na região Noroeste da capital, recebe um evento que reúne três braços desse mercado das palavras. São eles: a 11ª feira Textura, o terceiro ano do projeto Pensar Edição, Fazer Livro e o lançamento da segunda edição da revista “Chama” – que será distribuída gratuitamente.

Idealizada pela mestre em Estudos de Linguagens e doutoranda em Estudos Literários Flávia Denise de Magalhães, o periódico estreou em 2016, sendo reformulado neste ano. 

A revista “Chama” surgiu ainda como ideia quando Flávia passeava por uma grande feira literária no Brooklyn, em Nova York, em 2015. Foi lá que ela entendeu como esse tipo de produto é indicador da saúde editorial de um lugar – “cumprindo o papel de conquistar leitores, de ser um campo de experimentações”, assinala. “A primeira edição deu origem a duas coisas: essa segunda versão, que não é tão demarcada pelo tempo, sendo uma revista de prosa e poesia e, portanto, menos perene”, explica ela. “E também originou uma newsletter, que abarca o roteiro editorial e literário de BH. Lá estão os eventos, palestras e lançamentos da cidade”, completa.

Para a segunda remessa, foi aberto um chamamento público para que autores inscrevessem seus textos. Foram mais de 200 interessados – o que só reforça como a revista pode, potencialmente, mapear a produção literária e ser acolhida como um lugar para testar ideias e formatos. Claro, o celebrado interesse tornou mais árdua a tarefa de escolher, entre centenas, apenas 24. 

Feita a seleção, iniciou-se o projeto de editorial. “Não queria fazer uma lista, mas traçar um movimento completo, de forma que as obras fizessem sentido juntas”, expõe. Assim, três eixos organizam a publicação: família, “tema mais recorrente entre os textos enviados”; absurdo, “que reúne obras que fogem de uma visão linear”; e memória, “pois ainda falta, em BH, esses momentos em que vemos nossa cidade refletida na literatura”.

Flávia comemora que o lançamento da edição ocorra no contexto desse evento literário. “É uma tríade muito interessante: a feira de publicações independentes está bem demarcada no calendário da cidade, e, junto, temos esse projeto que tira o foco do livro pronto e vai pensar o processo de edição”, elabora.

Serviço

O que. Lançamento da Revista Chama, 11ª edição do Textura e Pensar Edição, Fazer Livro.
Onde. Usina de Cultura (r. D. Cabral, 765, Ipiranga).
Quando. Sábado (7), de 11h às 20h. Quanto. Gratuito.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!