Walcyr Carrasco celebra sucesso de reprises de suas novelas na Globo e no Viva

“Tudo o que acontece de ruim na vida da gente é 'pra meiorá”. É com essa máxima que Candinho, personagem de Sérgio Guizé em “Êta Mundo Bom!”, novela que está sendo reprisada no “Vale a Pena Ver de Novo”, encara a vida. Mesmo sendo ficção, o lema cai como uma luva nesses tempos de pandemia. “Eu sempre escrevo o que acredito. E acho que sim, mesmo as experiências difíceis na vida fazem o ser humano evoluir. Estamos todos passando por esse momento e certamente vamos aprender com ele”, ressalta o autor da trama Walcyr Carrasco em entrevista por e-mail ao MAGAZINE.

Desde que o folhetim voltou ao ar no começo de maio - assim como aconteceu quando ela foi exibida originalmente em 2016 - o público está ligado na telinha. Em sua semana de estreia, “Êta Mundo Bom!” marcou 22 pontos em São Paulo. Foi o índice mais alto de uma novela do "Vale a Pena Ver de Novo" no período desde 2000. No Rio, a trama obteve 24, a maior média de uma primeira semana na faixa desde 2009.

Apesar de nos primeiros capítulos a novela de Carrasco ter dividido a faixa com “Avenida Brasil”, os números se referem apenas a ela. “Acredito que ‘Êta Mundo Bom!  tem uma mensagem positiva, é leve e bem humorada e, nesses tempos de angústia, traz a mensagem de que o futuro pode ser melhor”, acredita o autor que tem aproveitado esses dias de quarentena para botar o trabalho em dia.

No momento ele está desenvolvendo “Verdades Secretas 2”. A sinopse, inclusive, já foi entregue à direção da Globo.  A sequência da novela que fez sucesso em 2015 será transformada em uma série para o Globoplay e terá cerca de 50 capítulos. Com direção de Amora Mautner, a nova leva de episódios contará mais uma vez com Camila Queiroz na pele da modelo Angel e parte do elenco original.

O novelista e escritor não entrou em detalhes de como será a nova produção mas diz que não poderia estar mais feliz com o projeto. “Eu fiquei muito contente porque gosto muito desse trabalho. É maravilhoso voltar aos personagens e ‘descobrir’ o que aconteceu em suas vidas”, frisa. Não há previsão de quando as gravações da continuação vão começar.

Walcyr Carrasco também tem dividido seu tempo nesta quarentena para ver e fazer lives. E tomou gosto por elas. O dramaturgo de 68 anos acredita que as transmissões ao vivo realmente vieram pra ficar e que, em princípio, continua fazendo as suas sempre às quintas, às 19h, em seu Instagram com diferentes convidados e sobre os mais variados temas como educação, literatura e novelas.

 

 

 

 

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Uma publicação compartilhada por ᴡᴀʟᴄʏʀ ᴄᴀʀʀᴀsᴄᴏ (@walcyrcarrasco) em 21 de Mai, 2020 às 4:02 PDT

E Walcyr Carrasco não está no ar apenas na Globo. Outro grande sucesso da sua carreira de novelista, “Chocolate com Pimenta” (2003/2004), está sendo reprisado no Canal Viva e também tem alcançando bons índices no Ibope. Aliás, difícil uma trama do autor paulista não ser um fenômeno de audiência.

A mais recente, “A Dona do Pedaço”, estrelada por Juliana Paes e que foi ao ar de maio a novembro de 2019, levantou o Ibope do horário das 21h que vinha do fracasso de “O Sétimo Guardião”, de Aguinaldo Silva. “Eu não tenho nenhum segredo. Só escrevo uma história que eu gostaria de assistir. Uma história que me emociona ou que me alegra. Eu sou o meu primeiro telespectador”, justifica. 

Críticas

No entanto, mesmo sendo bastante popular, alguns jornalistas e blogueiros especializados em TV não perdoam Walcyr Carrasco e vira e mexe criticam seus trabalhos. Sobre isso, o dramaturgo responde que autores, em todas as épocas, receberam críticas e cita Fiódor Dostoiévski (escritor, filósofo e jornalista russo), cuja obra está se debruçando neste período de pandemia. “Hoje ele é considerado um dos melhores escritores que já existiu. Portanto, eu escrevo o que sinto, e nem mesmo leio as críticas”, salienta. 

Com uma trajetória não só na televisão, mas na imprensa, já que é jornalista, e na literatura, Walcyr Carrasco tem orgulho do que construiu ao longo de sua carreira e que conseguiu atingir o que sempre desejou. “Eu acho que todo mundo, na vida, deve ter um sonho. O meu sempre foi ser escritor. É muito bom saber que lutei pelo meu sonho e que agora posso vivê-lo integralmente”, resume.