O consumo das famílias mineiras em 2024 deve bater o montante de R$ 753,5 bilhões em 2024. É o que aponta a pesquisa IPC Maps, divulgada nesta semana. O estudo mostra que Belo Horizonte é a capital com maior potencial para consumo no estado, com previsão de R$ 115 bilhões, seguida de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e Contagem, na região metropolitana. 

Em Minas Gerais, as principais despesas das famílias estão concentradas em habitação, manutenção de veículos próprios e alimentação dentro e fora dos domicílios. Somados, estes setores concentram quase R$ 350 bilhões dentro do total projetado para consumo pelos mineiros no levantamento. 

No caso da habitação, que tem os números mais expressivos, a previsão é de R$ 159 bilhões. Outro número que chama atenção diz respeito aos gastos com veículos próprios, estimados para R$ 81 bilhões. Para Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo, as cifras elevadas têm relação com o aumento nos últimos anos de trabalhadores que deixaram seus postos de trabalho ou foram demitidos, e que estão trabalhando em aplicativos de mobilidade e de delivery. 

“A dependência do orçamento doméstico da população em 2024 segue o padrão pós pandemia, em que muita gente está usando seu veículo próprio para trabalhar e ganhar dinheiro. Como ele tem que fazer manutenção, colocar combustível, e se o carro não é próprio ele precisa arcar com valor da locação, isso tudo entra no orçamento doméstico. Por isso esse percentual é mais acentuado”, frisou Pazzini. 

Paulo Xavier, motorista de aplicativo e presidente da Frente de Apoio Nacional ao Motorista Autônomo (Fanma), contabiliza um custo de R$ 1,20 a cada quilômetro rodado. Dentro desse valor, garante, estão incluídos gastos com combustível, mecânica, documentação e seguro. “Na minha rotina eu preciso ficar vigilante para conseguir fazer corridas que pagam esse custo e ter um ganho real. Não vejo como um fator negativo porque faço o uso do carro para trabalho, para ter uma renda. Não vejo o carro como um passivo, é um ativo que se paga”, argumentou. 

Mais empresas 

Conforme o IPC Maps, entre abril de 2023 e abril de 2024, o número de empresas abertas no estado subiu 8,2%, com 190 mil novas unidades instaladas. O valor é maior que o percentual nacional, que contabilizou alta de 8,1% no período. Ao todo, no estado, são 2,5 milhões de empresas ativas, aponta o levantamento. O destaque fica para o setor de serviços, que soma 1,4 milhões. 

“Quase 190 mil empresas foram abertas entre 2023 e 2024 em Minas. Nesse círculo virtuoso de consumo com dependência da empresa para ter emprego e renda, isso é muito positivo. Porque quanto maior a quantidade de empresas, maior será o valor do rendimento na mão das familias, aumentando o potencial de consumo”, complementou Marcos Pazzini.


Consumo no Brasil deve bater R$ 7,3 trilhões 

No Brasil, o consumo das famílias em 2024 deverá injetar até R$ 7,3 trilhões na economia. O montante deverá representar em um crescimento de 2,5% em relação a 2023. Os cálculos foram feitos levando em consideração a expectativa de crescimento de 2,2% do PIB nacional para o ano. 

O crescimento previsto para 2024 ainda é baixo, em comparação ao verificado em 2023 (de 3,1%) e em 2022 (de 4,3%), mas demonstra um crescimento pós-pandemia.