Em franca expansão, o setor pet mais que duplicou o faturamento no Brasil nos últimos dez anos. Desde 2014, o volume de recursos movimentados no setor cresceu 185%, saindo de R$ 26,7 bilhões para R$ 76,3 bilhões - ganho projetado até dezembro. Os valores são do Instituto Pet Brasil. O segmento mais forte é o de pet food, voltado à alimentação. A receita nesta cadeia corresponde a 54,7% do total, contabilizando R$ 41,7 bilhões.  

E muito do bom desempenho observado diz respeito à inovação no setor. Em Belo Horizonte, por exemplo, o hábito de ir à padaria para comprar o tradicional pão francês ou demais guloseimas para o café se torna comum, também, para os donos de cachorros e gatos. É que um pet shop, na região da Pampulha, incorporou aos serviços oferecidos aos clientes uma padaria com a venda de petiscos para os animais de estimação. 

A aposta da proprietária da Laelaps Care Pet Shop (@laelaps.pet), Renata Neves Alves, é justamente no crescimento do setor para alavancar as vendas. Ela pensou na criação da padaria junto com o irmão. Por lá, é possível encontrar pão, empada, cupcake, coxinha, brigadeiro, kibe e até refrigerante - tudo produzido artesanalmente para o consumo dos pets. A loja fica no bairro Jaraguá e está iniciando as atividades na capital, apostando na inovação. 

“A gente vende o que geralmente nós humanos comemos em uma padaria, só que tudo é feito com ingredientes que os cachorros podem comer”, contou Renata. Ela explicou que a ideia surgiu com o irmão, após a participação na Pet South América, uma das maiores do setor. “A nossa ideia é trazer inovação e diferenciação. Eu brinco que meu slogan é que nossos produtos são testados em humanos”, acrescentou a dona do pet shop. 

Renata Neves explicou que todos os quitutes para os cachorros são feitos com ingredientes naturais. Os produtos são de Carla Natif, confeiteira há 11 anos. No entanto, desde o fim da pandemia, ela trabalha com a produção de guloseimas para animais de estimação.Para produzir os itens, Carla contou que fez mais de cinco cursos e que todo o trabalho é monitorado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). No cardápio, as opções vão de bolo às pizzas e doces. 

As farinhas utilizadas são integrais ou à base de ingredientes como grão de bico, amêndoas e aveia. Os corantes são naturais, como os extraídos da beterraba, por exemplo.  “Tudo que é feito na confeitaria pet, nós podemos comer. Não agrada muito ao paladar humano porque não é temperado, os petiscos não são doces e nem salgados”, explicou Carla que se apresenta como ‘chef pet’. Além da venda a estabelecimentos comerciais, ela também comercializa os produtos por meio do perfil @natifnutripet. 

Setor pet 

De acordo com o Instituto Pet Brasil, o faturamento no segmento de pet food é seguido pela venda de animais de estimação, produtos veterinários, serviços veterinários, serviços gerais e pet care. "Destacamos que os dois segmentos com maior alta entre 2023 e 2024 foram os de produtos veterinários e de serviços veterinários, com 16,1% e 14,2% respectivamente. Isso mostra que as famílias estão cuidando cada vez mais e melhor de seus pets", comenta o presidente do Instituto, Caio Villela.