Projeto que busca dar nova roupagem ao Mercado Distrital de Santa Tereza, na região Leste, e à Feira Coberta do Padre Eustáquio, no vetor Noroeste de Belo Horizonte, o Mercado de Origem deve chegar aos dois bairros até 2026. Por enquanto, a operação está em pleno funcionamento apenas na unidade do bairro Olhos D’Água, às margens da BR-356, na divisa entre a capital e Nova Lima, desde março deste ano. 

No caso do mercado em Santa Tereza, e na feira do Padre Eustáquio, os espaços foram concedidos, via edital, pela prefeitura de Belo Horizonte a um consórcio encabeçado pelo Grupo UAI em 2020. Mas desde a concessão, o projeto ainda não avançou nas duas áreas. 

Mercado Distrital de Santa Tereza - Foto: Grupo UAI/Divulgação

O administrador do Grupo UAI e do Mercado de Origem, Elias Tergilene, explicou que no Santa Tereza o projeto já foi iniciado com uma feira, que ocorre aos finais de semana, na parte externa do mercado distrital. A previsão é de que no segundo semestre de 2025 as atividades estejam funcionando na parte interna do mercado. 

Atualmente, o escopo de intervenção passa por análise da prefeitura. Será preciso realizar manutenções no telhado e na fachada, além da revitalização dos componentes elétricos e hidráulicos e dos banheiros. “É uma área tombada e a cada hora temos uma adaptação. Mas, se tudo der certo, até o final de agosto estaremos começando a obra”, projetou Tergilene. 

As intervenções na estrutura em Santa Tereza serão feitas, de acordo com Elias, concomitantes à instalação das cerca de 110 lojas que vão compor o projeto após a finalização das obras. A previsão é de que o Mercado de Origem no bairro seja responsável pela geração de no mínimo 350 empregos diretos. 

O espaço vai receber restaurantes, cervejarias, chocolaterias, além de lojas voltadas à vendas de produtos da agricultura familiar. Grandes empreendimentos, como cervejarias, além de atender às regras da prefeitura, também precisam respeitar normas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “O entorno com os bares começa a se movimentar. Toda a região vai passar por uma valorização gastronômica, que é uma vocação do Santa Tereza. Então a economia, como um todo, gira no bairro por meio das atrações e esperiências”, complementou Elias. 

Padre Eustáquio 

A Feira Coberta do Padre Eustáquio, por sua vez, deve demorar ainda mais para ganhar as características do Mercado de Origem, o que deve ocorrer desde 2026. A reativação da feira deve ocorrer até o final deste ano no local, como ocorria historicamente. Em paralelo a esta movimentação, será feita a reforma do telhado e partes elétrica, hidráulica e dos banheiros. 

A praça que fica ao lado do espaço da feira também vai ser revitalizada, com a incorporação de brinquedos infantis. “Nós queremos resgatar a cultura da feira coberta, mas também vamos completar com atrativos novos. Vamos fazer um rooftop para aproveitar a vista para a Serra do Curral. Vamos fazer uma área de gastronomia em um mezanino com atividades econômicas que as famílias vão desejar ir lá”, detalhou. 

Feira Coberta do Padre Eustáquio - Grupo UAI/ Divulgação

Para Tergilene, por meio do projeto será possível promover o trabalho de agricultores familiares que poderão vender os produtos diretamente na cidade. Além disso, explicou, o Mercado de Origem busca contribuir para que as regiões continuem o processo de consolidação cultural e gastronômica. 

“Padre Eustáquio, Santa Tereza e Olhos D’Água são bairros familiares, de classe média, em que o poder aquisitivo não é ruim. O que destoa um pouco é o Olhos D’Água pela proximidade com Nova Lima. Mas vamos ter atrações para quem tem poder aquisitivo baixo, médio e alto. O Mercado de Origem é classe G de gente”, definiu o empresário.