Apontado como o grande trunfo de famosas que desejam emagrecer, como a cantora sertaneja Maiara e a influenciadora Jojo Todynho, e indicado para o tratamento do diabetes do tipo 2, o medicamento Ozempic também tem se popularizado entre funcionários de empresas. De acordo com levantamento feito pela empresa Vidalink, o primeiro semestre deste ano registrou aumento de 6,79% no número de pessoas que contam com subsídio da empresa em que trabalham para comprar o medicamento em relação ao primeiro semestre de 2023. 

A pesquisa levou em conta o comportamento de 4.300 colaboradores de 250 empresas no país e foi realizada pela empresa voltada para planos de bem-estar corporativos Vidalink. “Na prática, o funcionário ganha um subsídio da empresa para comprar medicamentos mais baratos ou até mesmo a custo zero - a extensão do benefício varia de acordo com cada empregador”, explica Luis González, CEO e cofundador da Vidalink

O Ozempic é o nome comercial de um medicamento injetável que tem como princípio ativo a semaglutida, uma forma sintética do hormônio GLP-1. É um medicamento aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento do diabetes tipo 2.  

Segundo o empresário, por ser um medicamento considerado caro, chegando a custar mais de R$ 1.000, a possibilidade de comprá-lo mais barato ou sem pagar nada ajuda a popularizar o item. “Mas, é claro que outro fator que pesa é o compartilhamento de notícias ou postagens em redes sociais de celebridades e influenciadores, que divulgam os resultados alcançados com o Ozempic”, analisa. 

Ele explica que não é possível mensurar se todo esse aumento se deve a pessoas que desejam somente emagrecer, uma vez que é preciso ter prescrição médica para usar o benefício corporativo. Mas, também admite que, fora do uso do benefício, muitas farmácias “acabam vendendo” mesmo sem a apresentação do certificado.

“Também há carência na fiscalização, inclusive de profissionais não especializados que prescrevem o medicamento. O risco está aí. O medicamento pode provocar reações adversas como tonturas, diarreia e hipoglicemia. Como saber se é um efeito colateral normal ou se é sinal de algo mais grave? Sem acompanhamento não há como descobrir e as pessoas acabam arriscando a saúde”, diz. 

Para atenuar os riscos, González afirma que realiza ações junto aos colaboradores das empresas com foco em palestras presenciais, lives e envio de e-mails incentivando bons hábitos. “Se não houver reeducação alimentar e exercícios físicos, todo o peso perdido pode voltar. É preciso um movimento contínuo de conscientização”.  

Como ter desconto no Ozempic (e outros medicamentos)?

Além do subsídio, parcial ou total, para a compra de medicamentos, há outras modalidades de benefícios para auxiliar os funcionários. Um deles é o auxílio-farmácia, que proporciona descontos em medicamentos e produtos de saúde, e o plano de medicamentos, que pode funcionar como um crédito mensal, de forma semelhante ao vale-alimentação.

Vale lembrar ainda que não são todas as empresas que disponibilizam esses benefícios e que a legislação brasileira não permite que as empresas disponibilizem caixas de medicamentos para os seus colaboradores, devido a questões legais e de segurança.