Em 2024, pelo menos 76,7% das famílias brasileiras fecharam o ano com alguma dívida em seu nome, seja dívida adimplente ou inadimplente. O dado revela uma queda de 0,9 pontos percentuais em relação a 2023, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (22) pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Na pesquisa por unidade da federação, Minas Gerais lidera a lista com o maior número de pessoas endividadas, com 90,8%, mesmo percentual do Rio Grande do Sul, que fica em segundo na lista. Espírito Santo (89,8%), Ceará (89,4%) e Paraná (88,6%) fecham o top 5.
Já a proporção média de famílias com dívidas em atraso foi de 29,3% do total de lares no país em dezembro de 2024, superando o nível de 2023.
“O endividamento da população pode ser influenciado por diferentes fatores, como a disponibilidade de crédito, taxas de juros, condições econômicas e comportamento de consumo. Atualmente, os brasileiros recorrem ao crédito para atender às necessidades ou desejos imediatos, o que leva ao acúmulo de dívidas”, comenta Fernando Lamounier, educador financeiro e sócio executivo da Multimarcas Consórcios.
A proporção média de famílias sem condições de pagar dívidas já atrasadas cresceu 0,8 p.p., alcançando a máxima histórica de 13% do total de consumidores brasileiros. Dentre as modalidades de crédito, a mais utilizada continuou sendo o cartão de crédito, correspondendo a 83,8% das dívidas. Por outro lado, houve aumento na procura pelo crédito pessoal, categoria vem se destacando nos últimos meses devido às constantes reduções das taxas de juros dessa modalidade.
“O planejamento é fundamental para manter o controle das finanças e evitar surpresas desagradáveis. Ele ajuda a definir prioridades, controlar gastos e garantir que você esteja preparado para emergências. Sem um planejamento, é fácil perder o foco e se endividar. Ter uma visão clara do futuro financeiro é essencial para tomar decisões mais conscientes”, afirma Lamounier.
Quatro dicas para se organizar financeiramente e não entrar no vermelho:
- Mapeie a renda total, isto é, salário e rendas extras
- Separe as despesas fixas no seu orçamento, como aluguel, condomínio, internet e contas de serviços públicos (água, luz, gás)
- Esquematize as despesas variáveis como alimentação, transporte e gastos com saúde
- Organize dívidas e pagamentos, como parcelas de empréstimos e cartão de crédito