O setor siderúrgico pode perder R$ 8,7 bilhões por causa da taxação de 25% sobre aço e alumínio brasileiro exportado para os Estados Unidos. É o que indica uma nota técnica publicada nesta quarta-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o impacto da medida protecionista de Donald Trump.
O instituto prevê queda de 2,19% na produção, contração de 11,27% nas exportações e redução de 1,09% nas importações. Em volume comercializado, a diminuição pode chegar a 1,6 milhão de toneladas de aço e alumínio.
Segundo o Ipea, “o mercado norte-americano afeta diretamente mais de 10% do faturamento do setor. E a dependência deste mercado é ainda maior no caso dos produtos semiacabados (placas e lingotes), visto que cerca de 90% das vendas brasileiras para os EUA concentram-se nesses produtos.”
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) emitiu nota em que afirma esperar “que os governos do Brasil e dos Estados Unidos intensifiquem de imediato os esforços para alcançar uma solução negociada que preserve o comércio bilateral e os seus benefícios para ambas as economias”.
Segundo a entidade, “o aumento das tarifas impacta diretamente as exportações brasileiras desses setores. Em 2024, o Brasil exportou US$ 5,7 bilhões em aço e ferro para os Estados Unidos, além de US$ 267 milhões em alumínio, de acordo com dados do governo brasileiro.
A medida também tem o potencial de impactar o comércio bilateral em outros segmentos da cadeia do aço e do alumínio, incluindo as importações brasileiras de carvão siderúrgico norte-americano, que totalizaram US$ 1,4 bilhão em 2024”.